Filme analisa nazismo para entender como homens se transformam em máquinas de matar
Em “Das radikal Böse” ("O mal radical"), o cineasta austríaco Stefan Ruzowitzky (vencedor do “Oscar” de melhor filme estrangeiro em 2008 com “Os falsários”) se propõe a desvendar como homens psiquicamente saudáveis podem se tornar verdadeiras máquinas de matar. Ele toma como exemplo membros de tropas alemãs responsáveis por milhões de assassinatos de civis durante a II Guerra Mundial.
Os objetos da pesquisa são os membros dos chamados “Einsatzgruppen” ("forças-tarefa"), grupos paramilitares comandados pelas SS que, durante o conflito, assassinaram cerca de dois milhões de pessoas, na maioria judeus, nos territórios do Leste Europeu ocupados pela Alemanha.
O filme mostra diários, trechos de cartas e registros de tribunal , além de apresentar entrevistas com historiadores e psicólogos. Cenas históricas não são propriamente encenadas: a maior parte do tempo o espectador vê rostos de atores desconhecidos, em plano próximo, com as vozes sempre em "off".
O longa-metragem conclui: os membros dos Einsatzgruppen tinham, sim, uma alternativa. Eles podiam perfeitamente ter recusado as ordens superiores para matar, sem correr risco de vida.
Só arriscariam ser transferidos ou ficar de fora na próxima rodada de promoções hierárquicas. O historiador Andrei Angrick explica: "No Estado nazista, a utopia germânica era uma promessa de felicidade, de uma sociedade perfeita. Os judeus não foram mortos porque eram judeus, mas porque eles e as outras vítimas da perseguição nazista eram estorvos para se atingir um 'Jardim do Éden Ariano', segundo os nazistas.
A guerra de extermínio foi uma guerra de utopia, cujo final estava a promessa de salvação para todos os que participavam dela" (Fonte: Deutsche Welle).
