Cartas e fotos do nazista Heinrich Himmler, chefe da polícia de Hitler e grande idealizador do Holocausto, foram achadas em Israel.
Nessa semana, o jornal alemão Die Welt começou a publicar documentos inéditos de Heinrich Himmler, figura central do nazismo na Alemanha de Hitler.
Centenas de cartas, notas e fotos particulares de Himmler foram achadas em Israel.
Chefe da SS, a polícia nazista, Himmler foi o grande idealizador do plano de extermínio em massa de judeus, ciganos, homossexuais, deficientes e tantos outros.
As cartas, muitas para sua esposa, Margarete, são de 1927 a 1945. Nos anos 1920, antes da chegada dos nazistas ao poder na Alemanha.
Em 1945, a carta final, algumas semanas antes de se suicidar, quando já estava preso.
Os documentos mostram que o homem responsável pela morte de milhões, ao lado de outros nazistas, era um pai de família amável com a esposa e a filha.
Cartas
Em uma das mensagens, quando estava na Holanda, ele manda uma tulipa junto com a carta. “Listrada, irregular, uma cor, duas cores. Do tipo que você não encontra na Alemanha”, escreve.
Em outra, escreve à esposa: “Estou indo para Auschwitz. Beijos do seu Heini”. Parece uma mensagem sobre uma viagem de negócios qualquer. Com a diferença de que estava se referindo aos campos de concentração.
Ele fala de seu trabalho nos campos como outro qualquer: “De sábado a terça estarei nos campos de morte para testar um novo e interessante método de execução”, diz.
Himmler mostrava seu antissemitismo desde cedo. Em 1928, escreveu para sua esposa Margarete sobre tentar vender sua parte numa clínica para um judeu, coproprietário do prédio:
“Você precisa lutar com esses judeus miseráveis por causa de dinheiro. Não fique frustrada por causa deles”, escreve.
Depois, em 1938, quando os nazistas já começavam a perseguir os judeus, Margarete escreveu ao marido:
“Toda essa coisa com os judeus... quando essa escória vai nos deixar, para que possamos viver uma vida feliz?”.
Em outros trechos, Margarete descreve Himmler como “um homem mau com um coração duro e rude”, mas ela se considerava “uma mulher de sorte por ter um bom homem tão mau que ama tanto a sua malvada mulher como ela a ele”.
Em junho de 1941, assim que a Alemanha atacou a Rússia, ela escreve ao marido: “Ainda tem uma lata de caviar na geladeira. Pegue-a para você”.
Sua filha de 12 anos, Gudrun, também escreveu conselhos ao pai após o ataque na Rússia:
“É terrível que nós estamos em guerra com a Rússia. Eles eram nossos aliados. E a Rússia é muuuito grande. Se tivermos de pegar toda ela, a batalha vai ficar bem difícil”.
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