O Rancho Carnavalesco Praça XI é um bloco judaico que mistura o carnaval e a música klezmer, da cultura judaica do leste europeu.
Todos os integrantes têm parentes que moraram na Praça Onze, no Centro do Rio de Janeiro, no início do século 20, quando negros e judeus habitavam a região, e o samba e a marcha se fixavam na cidade. Daí, o nome do grupo. O repertório inclui clássicos do carnaval e músicas judaicas em ritmos brasileiros, tocados com instrumentos de sopro, violinos, cavaquinhos, violões, sanfonas e percussão.
As apresentações serão na Rua Clementino Fraga, na manhã de 23 de fevereiro, e em março (depois do Carnaval), na festa judaica de Purim, em baile na Hebraica.
Nas quatro primeiras décadas do século 20, negros vindos da Bahia e da região cafeeira do Estado do Rio e judeus do Leste Europeu dividiam ruas, escolas e mesmo casas no bairro Praça Onze.
Eles trabalhavam nas ruas, vendendo mercadorias, produzindo boa música e boa comida, afirma a jornalista Beatriz Coelho Silva. Ao redor da Praça Onze, os judeus criaram sinagogas e escolas. Eles tinham cerca de cinco jornais e um número parecido de clubes. “Os imigrantes solteiros e os que estavam sem família ficavam na Praça Onze até altas horas. Após o fechamento do comércio, faziam suas refeições no bairro. Na Praça Onze e nas proximidades, várias pensões forneciam refeições judaicas”, conta o memorialista Samuel Malamud (1908-2000).
Eles trabalhavam nas ruas, vendendo mercadorias, produzindo boa música e boa comida, afirma a jornalista Beatriz Coelho Silva. Ao redor da Praça Onze, os judeus criaram sinagogas e escolas. Eles tinham cerca de cinco jornais e um número parecido de clubes. “Os imigrantes solteiros e os que estavam sem família ficavam na Praça Onze até altas horas. Após o fechamento do comércio, faziam suas refeições no bairro. Na Praça Onze e nas proximidades, várias pensões forneciam refeições judaicas”, conta o memorialista Samuel Malamud (1908-2000).
No carnaval, a cada noite, 40 mil pessoas se espremiam na praça. Era lá que desfilavam, até os anos 1930, as primeiras escolas de samba, entre elas a Mangueira e a Portela.
Em 1942, o bairro foi demolido para construção da Avenida Presidente Vargas, mas entrou para a mitologia carioca. Muito se fala da Praça Onze em sambas clássicos e textos acadêmicos.
Em 1942, o bairro foi demolido para construção da Avenida Presidente Vargas, mas entrou para a mitologia carioca. Muito se fala da Praça Onze em sambas clássicos e textos acadêmicos.
A historiadora e arquiteta Fânia Fridman também atribui a demolição à necessidade que o governo brasileiro, simpatizante das ideologias antissemitas dos anos 1930 e 1940, tinha de conter os judeus que lá se refugiaram e que combatiam o governo em seus jornais, suas associações e seus clubes.
Os negros protestaram no carnaval de 1941, com a marcha “Praça Onze”, de Herivelto Martins e Grande Otelo, que lamentava o fim do logradouro: “Vão acabar com a Praça Onze/Não vai haver mais Escola de Samba...”.
Os negros protestaram no carnaval de 1941, com a marcha “Praça Onze”, de Herivelto Martins e Grande Otelo, que lamentava o fim do logradouro: “Vão acabar com a Praça Onze/Não vai haver mais Escola de Samba...”.
Nas décadas seguintes, a praça virou símbolo da resistência cultural dos negros, como no samba-enredo “Bumbumpaticundumprugurundum”, que deu a vitória no carnaval de 1982 ao Império Serrano. A letra diz, sobre a Praça Onze: “Tu és imortal/Teus braços embalaram o samba”. Na região, foram construídos posteriormente o Sambódromo e o metrô.
O Rancho Praça XI conta com o Apoio do Colégio Eliezer-Max e do Clube Hebraica Rio.
O Rancho Praça XI conta com o Apoio do Colégio Eliezer-Max e do Clube Hebraica Rio.
Primeiro ensaio do grupo, na Hebraica, em outubro de 2013. Foto: Divulgação.
Fonte: Conib