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Proibida a entrada de judeus

museu Yad VashemNo museu Yad Vashem, de Jerusalém, há uma fotografia da Alemanha tirada durante a guerra. Em uma cerca, vê-se um aviso: “Juden verboten” (Proibida a entrada de judeus).

 Do lá de lá da cerca, vê-se Jesus pendurado na cruz: Cristo crucificado em um altar ao ar livre. A terrível ironia da situação é captada imediatamente pela maior parte das pessoas que hoje visita os museu, porém deve ter passado totalmente despercebida aos transeuntes da Alemanha de então. É bem provável que não lhes tenha ocorrido a ideia de que estavam, de fato, contemplando um judeu em um local onde os judeus estavam impedidos de entrar.


Simplesmente não se pensava em Jesus como judeu; para muitos cristãos piedosos, tal ideia deve ter sido chocante.
Cremos que, hoje em dia, os cristãos de modo geral, e os estudiosos da Bíblia em particular, rejeitam com veemência essa concepção antijudaica e a-histórica de um Jesus “não-judeu”…

É comum, sobretudo entre os especialistas para quem os estudos alemães destacam-se como os mais significativos nessa área, falar-se em diferentes “buscas” ou “procuras” do “Jesus histórico”. Em geral, encontramos o seguinte tríptico:

• A “velha busca”.
• A “nova busca”.
• A “terceira busca”.

A “velha busca”

Em 1906, Albert Schweitzer fez um levantamento completo dos resultados obtidos até então na busca pelo Jesus histórico. Ele mostrou que os especialistas modernos, de modo geral, haviam retratado o suposto Jesus “histórico” de tal modo que se parecesse com eles mesmos. Jesus tornara-se o porta-voz das ideias religiosas e filosóficas daqueles estudiosos.
Jesus e os discipulos colhendo espigas no sábadoSchweitzer demonstrou que aquelas reconstruções de Jesus eram tão a-históricas quanto a imagem eclesiástica que pretendiam suplantar., ele mesmo trouxe à luz outro Jesus bem mais estranho: um profeta judeu profundamente imbuído de ideias apocalípticas, cujo pensamento se deixara absorver pela catástrofe iminente do fim do mundo. Assim, o Jesus de Schweitzer tornara-se, sem dúvida, mais judeu do que o Jesus da pesquisa de ele se puser a recensear.

A teologia alemã reagiu a isso de duas maneiras: o caráter judeu do Jesus “histórico” foi parcialmente reconhecido. Em contrapartida – e em parte por causa disso -, esse Jesus “histórico” foi declarado de menor importância para a mensagem cristã. O kerigma (do grego, “mensagem”) do evangelho da comunidade cristã primitiva não era o mesmo da mensagem (judaica) de Jesus; era, isto sim, uma mensagem (em grande parte não-judaica) sobre Jesus, centrada em sua morte como ato salvífico de D’us.


Continua nos próximos artigos: “A Nova Busca” e “A Terceira Busca”.
Adaptado de Oskar Skarsaune, “À Sombra do Templo – As influências do Judaísmo no Cristianismo Primitivo, editora Vida, págs. 133 e 134. 

Fonte: Herança Judaica
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