Rabino Jonathan Sacks durante a Assembleia-Geral
das Federações Judaicas da América do Norte, em Jerusalém
das Federações Judaicas da América do Norte, em Jerusalém
“Um retrato dos judeus americanos”, pesquisa publicada nos EUA pelo Instituto Pew, apresenta um perfil detalhado da comunidade judaica americana. A enquete foi realizada com uma amostra significativa da população judaica em 50 estados.
Os resultados apontam que, do total de 6,8 milhões de judeus nos EUA, 35% são do movimento reformista, 18% do movimento conservador e 10%, ortodoxos. Cerca de 70% têm ligação com Israel e 43% já visitaram o país. Quanto à ligação com o judaísmo, 62% dizem que ser judeu é um aspecto apenas cultural, 23%, cultural e religioso e 15%, apenas religioso.
Analisando os resultados, Jonathan Sacks, ex-rabino-chefe do Reino Unido, vê histórias de sucesso de três grupos diferentes de judeus que emigraram para a América, “enfrentando diferentes crises, sonhando diferentes sonhos". Elas são: 1) Os judeus como parte da sociedade norte-americana; 2) O judaísmo como cultura e etnicidade 3) O crescimento da presença ortodoxa nos EUA.
Para Sacks, o principal desafio colocado pela pesquisa - para as comunidades judaicas americanas e de todo o mundo - é a necessidade de responder não como eu deveria ser judeu, mas por quê. Com sua experiência de 22 anos à frente da comunidade judaica britânica e como autor de 25 livros, ele ofereceu sua resposta, em Jerusalém, durante Assembleia-Geral das Federações Judaicas da América do Norte. "A Torá começa com a humanidade, não com os judeus. Com Abraão e Moisés, ela traz o protesto contra os primeiros impérios, Mesopotâmia e Egito.
Os judeus são o único povo, ao longo dos séculos, que ensinou à humanidade a dignidade da diferença. Os judeus universalizaram a particularidade. Nós somos parte de uma história que começou muito antes de nascermos, e a questão para todos nós é: vamos continuar a história? As palavras de Moisés continuam a ressoar profundamente em nossa memória coletiva. Somos parte dessa história e podemos vivê-la ou abandoná-la. Porém, é uma escolha que não podemos evitar e que terá imensas consequências".
Sacks destacou que a civilização ocidental foi construída com base em Jerusalém e Atenas, duas culturas muito diferentes. Ele observa que o judaísmo não gerou nenhum Ésquilo, nenhum Sófocles – mestres da tragédia. “Depois de todas as lágrimas na história judaica, poderíamos ter certeza de que existe em hebraico a palavra tragédia. Mas não há! Porque o judaísmo é a rejeição, por princípio, da tragédia, em nome da esperança”. E conclui: “Os judeus representam o povo que nunca abandonou seus sonhos e sua esperança, e o Estado de Israel é a representação da coragem de fazer um sonho se tornar realidade".
Resultado completo da pesquisa: acesse aqui.