Comissão israelense aprova anexação de assentamentos do Vale do Jordão

Comissão israelense aprova anexação de assentamentos do Vale do Jordão

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Jerusalém, 29 dez (EFE).- A Comissão de Assuntos Legislativos do governo israelense aprovou neste domingo um projeto de lei para a anexação dos assentamentos judaicos no vale do Jordão, território ocupado por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
A comissão, ante-sala dos projetos de lei que o governo apresenta ao parlamento, aprovou a proposta por oito votos a favor e três contra, os dos ministros Yair Lapid, Tzipi Livni e Yacov Pery, informou o jornal "Ha'aretz".
Apresentado pela deputada do Likud, Miri Regev, da ala mais à direita do partido, liderado pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o projeto procura aplicar a legislação israelense em todas as colônias israelenses e nas estradas que conduzem a eles, o que de fato se traduziria na anexação do território.
Um status parecido aplicou Israel em 1981 às Colinas do Golã, ocupada da Síria em 1967, enquanto em Jerusalém Oriental a anexação foi feita por lei do parlamento um ano antes.
O vale do Rio Jordão, no leste da Cisjordânia, faz parte do território ocupado por Israel na Guerra dos Seis Dias e no qual os palestinos aspiram a declarar seu estado independente.
Regev também pede em seu projeto de lei que a colonização nesses assentamentos não possa ser limitada por ordem do governo, mas unicamente com a aprovação do parlamento, o que tem como objetivo impedir pressões internacionais sobre o primeiro-ministro contra a colonização.
A proposta, que para ser efetivada deve passar ainda por um longo processo legislativo, contou com o apoio dos ministros dos partidos Likud, Israel Beteinu e Lar Judeu, todos eles nacionalistas.
Se opuseram a representante do partido centrista Hatenua, Livni, e os dois de Yesh Atid, do ministro das Finanças, Yair Lapid.
Os três disseram que apresentarão recurso à resolução da comissão, o que bloqueará o andamento em outras instâncias governamentais e legislativas.
"É um projeto populista e irresponsável que quer atar o governo e o primeiro-ministro de pés e mãos (para que não possa negociar). Isto é uma provocação e a torpedearemos", disse Livni ao jornal.
Netanyahu considera o vale do Jordão parte integral da percepção de segurança estratégica de seu país, e o assunto está sendo discutido nas conversas que o secretário de Estado americano, John Kerry, mantém com as partes em busca de um acordo de paz.
Mas enquanto Israel aspira a uma presença física de suas forças militares no vale, Kerry propôs uma "presença invisível", ou seja, através de mecanismos e dispositivos eletrônicos de vigilância, o que também não é do agrado dos palestinos.
O chefe da diplomacia americana chega na quarta-feira à região, sua 10ª viagem desde que começaram as negociações, para impulsionar a proposta em assuntos de segurança que fez a israelenses e palestinos nas duas última visitas, em dezembro. EFE

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