Há pessoas que acreditam que a bandeira seja um sÃmbolo laico.
A única bandeira do povo judeu é a Torá e nada temos a ver com tecidos coloridos. Houve quem fizesse ressalvas no que diz respeito à bandeira do Estado de Israel. (ver Igrot Moshé, Orach Hayim, 1:36). Veremos a seguir o que a Torá diz acerca de estandartes.
A única bandeira do povo judeu é a Torá e nada temos a ver com tecidos coloridos. Houve quem fizesse ressalvas no que diz respeito à bandeira do Estado de Israel. (ver Igrot Moshé, Orach Hayim, 1:36). Veremos a seguir o que a Torá diz acerca de estandartes.
Na Parashá Bamidbar aprendemos que Moshé instituiu estandartes para cada uma das tribos. "Cada um sob o seu estandarte, com as insÃgnias da casa de seus pais, acamparam os filhos de Israel" (Números, 2:2). "Cada estandarte terá o seu sÃmbolo e nele um mapa. E a cor do estandarte de um será diferente da cor do estandarte do outro" (Rashi). Moshé não foi o primeiro a atribuir importância aos estandartes. Yaacov Avinu já ordenara isso a seus filhos e foi ele quem estabeleceu estandartes para as tribos (Rashi, Horayot, 6: Crônicas Kenachalatam - conforme seu legado).
No Midrash Tanchumá (parágrafo 14), explica-se que a outorga de estandartes é sinal do carinho especial que Hakadosh Baruch Hu sente pelo Povo Judeu. "Vêde como tem afeto por eles e os protege... E farei deles estandartes para o meu nome. Porque são meus filhos, como é dito, 'sois filhos de Hashem, vosso D'us'. E são meus exércitos".
No Midrash Tanchumá (parágrafo 14), explica-se que a outorga de estandartes é sinal do carinho especial que Hakadosh Baruch Hu sente pelo Povo Judeu. "Vêde como tem afeto por eles e os protege... E farei deles estandartes para o meu nome. Porque são meus filhos, como é dito, 'sois filhos de Hashem, vosso D'us'. E são meus exércitos".
Conta-se ainda (parágrafo 11): "O povo de Israel era forte e poderoso com seus estandartes e todas as nações os observavam e surpreendiam-se... e os filhos de Israel lhes diziam: qual a grandeza que nos dais? Porventura podeis nos conferir a grandeza que nos deu nosso D'us no deserto com seus estandartes? Podeis fazer o mesmo? ... Pois os estandartes eram sinal de glória e de honra".
Moshé Rabeinu também instituiu para Israel uma insÃgnia geral, para toda nação. Quando o povo de Israel saiu do Egito, ele instituiu o estandarte de Israel, que mostra nossa independência para todos: "E os filhos de Israel sairam com os braços erguidos, pois fizeram para si insÃgnias e estandartes para serem desfraldados" (Nachmânides, Êxodo, 14:5).
Durante os anos de exÃlio, nos acostumamos a viver como um povo fraco e desprezado, sem nenhum indicador nacional. Por este motivo, à s vezes nos esquecemos desta questão tão importante do nosso orgulho nacional.
Vemos com clareza que a existência de uma bandeira para o povo de Israel é uma questão religiosa muito significativa. Hoje, quando temos o privilégio de retornar ao nosso paÃs, devemos hastear novamente a nossa bandeira com alegria. Infelizmente, a tradição das cores do antigo estandarte não se conservou. Se a conhecessemos, hastearÃamos atualmente este estandarte como bandeira do Estado de Israel.
Neste caso, que bandeira deverÃamos escolher?
Não existe um sÃmbolo judaico mais relevante do que o "Maguen David". Ele assinala sinagogas e cemitérios, ornamenta os livros da Torá e o cortinado da Arca Sagrada. O Maguen David simboliza que D'us reina acima, embaixo e nos quatro pontos cardeais. O sÃmbolo recebeu o nome de David, que sempre confiou no Reino de D'us em todos os cantos do mundo e, por esta razão, não temia reis de carne e osso (Igrot Moshé, Orach Hayim, 3:15).
Não há dúvida que ao escolhermos a bandeira do povo judeu, colocaremos no centro dela o mais antigo sÃmbolo nacional judaico. Dessa forma, expressaremos nossa crença de que confiamos não apenas no nosso exército mas, principalmente, na Fortaleza de Israel. "Israel, confia no Eterno, Ele é seu socorro e seu escudo" (Salmos, 115:9).
É evidente que o estandarte de Moshé expressava também o fato do povo judeu ser o povo eleito de Hakadosh Baruch Hu, seu compromisso para com a Torá e as mitzvót, e sua aspiração de aderir à Shechiná.
A fim de expressar isso, destacaremos uma mitzvá que abrange todos os 613 preceitos. Esta mitzvá especial, que figura também na nossa parashá, é a de tzitzit, sobre a qual foi dito: "E as vereis e lembrareis todos os mandamentos do Eterno, e os fareis" (Números, 15:39). A guematria (o valor numérico das letras em hebraico) da palavra tzizit, acrescentando os oito fios e cinco nós de uma franja, soma 613 e a mitzvá de tzitzit representa o número total dos preceitos da Torá. O tzitzit é colocado nas extremidades da roupa, para lembrar o dia em que nos tornamos um povo e elevamos Hakadosh Baruch Hu sobre as asas das águias (Rashi). David Wolfson, representante do Primeiro Congresso Sionista, realizado em 1897, conta por que ele e Herzl optaram por adornar a bandeira com duas listas. Como rememoração das listas que enfeitam o talit.
Que cor escolheremos para a nossa bandeira?
Devemos escolher uma cor que demonstre nosso desejo de aderir à Shechiná. Esta cor é o azul celeste, sobre o qual é dito, em nossa parashá, "o azul celeste assemelha-se ao mar, e a cor do mar assemelha-se àquela do céu, onde se encontra o trono do Eterno" (Sotá, 17).
O azul celeste éuma espécie de vestimenta de Hakadosh Baruch Hu (Bamidbar Rabá, 14:3), e mesmo a Arca da Aliança foi coberta com um pano desta cor (Números, 4:6). No Midrash Tanchumá (Shelach, 30) é dito: "Quando os filhos Israel olham para aquele tzitzit azul celeste, lhes parece que a Shechiná paira entre eles".
Creio que cada um de nós deve ficar admirado com esse grande milagre. Os idealizadores da bandeira sionista, ainda que não observassem os preceitos bÃblicos, acabaram criando a bandeira mais religiosa possÃvel!
"Disse-lhes Hakadosh Baruch Hu: Neste mundo fiz convosco estandartes, como foi dito, cada homem com seu estandarte. No mundo vindouro, graças aos estandartes, corro e vos trago a redenção, como é dito: 'A voz do meu amado! Vejam: vem correndo pelos montes'" (Tanchuma Bamidbar, 16).
Autor: Rav Moshe Bergman
Fonte: Bnei Akiva SP