No século XV, época em que os reis católicos expulsaram os judeus da Espanha, “ladino” significava... astuto, pois apenas os mais malandros (“como o diabo”) falavam esta língua! Ela se perpetuou até os nossos dias em lugares tão diversos como Istambul, Grécia ou no Marrocos, nas comunidades judaicas que lá se constituíram após a expulsão da Espanha.
O ladino, ou judeu-espanhol, atravessou o Mediterrâneo, transportou com ele as melodias maravilhosas que cantam o amor ardente, o exílio e a história do povo judeu.
Paralelamente, outras comunidades utilizaram o hebraico para sua música festiva. Assim, podemos encontrar nas obras de Casale Monferrato uma curiosa adaptação do estilo barroco italiano à língua de Moises.
Paralelamente, outras comunidades utilizaram o hebraico para sua música festiva. Assim, podemos encontrar nas obras de Casale Monferrato uma curiosa adaptação do estilo barroco italiano à língua de Moises.
A fascinante figura de Benedetto Marcello demonstra bem esses encontros entre musicalidades distintas. Marcello, fiel católico, buscava na música litúrgica judaica de Veneza uma nova composição dos salmos, pois acreditava que a música dos judeus é aquela que fala mais diretamente a Deus.
O programa percorre as melodias judaicas mediterrâneas, com seus ritmos profundos e uma envolvente poesia que confunde risos e lágrimas.