Mostra em SP retrata judeus carentes amparados pela entidade assistencial Ten Yad![]() |
Retrato de Menachen Mendel Mukasiey. Reprodução. |
O Museu da Energia, em São Paulo, exibe de 17 de setembro a 15 de outubro a mostra "Bom Retiro: Relatos — Retratos", que traça o perfil de judeus carentes atendidos pela entidade assistencial Ten Yad, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo.
O projeto é da artista plástica Ofra Grinfeder, com depoimentos colhidos pela professora Itanira Heineberg, responsável pelos textos do catálogo, e inspira-se no trabalho do Ten Yad (“estender a mão”, em hebraico), instituição assistencial judaica criada em 1992, cujos projetos incluem doações e programas de moradia popular.
Cerca de 350 pessoas se alimentam diariamente no refeitório comunitário do Ten Yad. “Faz parte da própria filosofia de vida judaica ajudar quem está necessitado”, afirma o rabino David Weitman, diretor da organização, à Veja São Paulo.
Uma das 19 pessoas retratadas é a aposentada e viúva Ester Schneider, 72. “Tem muita gente que não acredita, né? Mas existe, sim, judeu pobre”, diz ela à Folha de S. Paulo.
Outro retratado é Menachen Mendel Mukasiey, que nasceu no campo de extermínio de Auschwitz, em 1944. Permaneceu escondido até a libertação do campo pelo Exército soviético, em janeiro de 1945. Passou por Israel antes de chegar ao Brasil com a família, em 1949. Hoje, aos 69 anos, vive no Bom Retiro com a mulher e a filha e depende de doações de amigos para se manter. “O passado me atormenta à noite, como se uma faca me cortasse por dentro”, conta à Veja.
O museu fica na Alameda Cleveland, 601, Campos Elíseos. A exposição pode ser visitada de terça a sábado, das 10h às 17h. Entrada gratuita.