O kidush é um preceito positivo da Torá. Maimônides, no capítulo 29 das Leis de Shabat, fez a seguinte afirmação: "É um preceito positivo santificar o dia de Shabat com palavras, como está escrito: Lembre do dia do Shabat para santificá-lo".
Os sábios explicaram que cumprimos está santificação fazendo o kidush sobre um copo de vinho, pois esta é a base do fundamento da fé do povo judeu: o Eterno criu os céus e a Terra em seis dias e no sétimo descansou.
O kidush é composto de duas partes. Começa com o trecho da Torá (Gênese 2:1-3) no qual pela primeira vez menciona-se o Shabat e depois segue-se a oração feita pelos sábios especialmente para o kidush. Entre as duas partes está a bênção do vinho – Borê pri haguefen. Antes da bênção do vinho há duas palavras em aramaico, avisando aos presentes que se preparem para a oração.
A declaração "Bendito sejas... por cujos mandamentos somos santificados" significa que a mitzvá é uma maneira de se alcançar um nível de santidade.
Em seguida, a prece menciona a escolha de Israel, que, mais do que qualquer outra nação, tem o dever de continuar o ato da criação e, em conseqüência, o repouso e a santidade. Em seguida, menciona-se o êxodo do Egito, quando o Shabat relembra os tempos de escravidão.
Segundo Steinsaltz, "o Shabat é o dia da semana que lembra a liberdade, celebrando a libertação e o êxodo do Egito, assim como o conceito de salvação que, como derradeira no mundo, é o Shabat do mundo.
A oração do kidush conclui com a relação do povo judeu com o Shabat, fechando assim o círculo da relação entre D’us e o mundo...".
(Morashá)