NAIRÓBI - Radicais islâmicos do grupo al-Shabab mantém reféns pelo segundo dia no shopping Westgate, em Nairóbi, após o violento massacre de ao menos 59 pessoas que estavam no centro comercial na manhã de sábado.
Neste domingo, o ministro queniano da Segurança, Joe Lenku, confirmou que entre 10 e 15 extremistas continuam dentro do prédio, mas não detalhou quantas pessoas estão sequestradas. Fontes de agências internacionais afirmam que Israel está ajudando forças quenianas a formularem uma estratégia de resgate, mas que não irão se envolver em uma ação direta.
“Há conselheiros israelenses ajudando com a estratégia de negociação, mas eles não estão envolvidos com nenhuma ação de invasão eminente”, disse uma autoridade queniana, que não quis se identificar, à agência Reuters.
Ainda não está claro qual é a exata participação de autoridades israelenses no caso. A fonte da Reuters afirma que o papel dos agentes é “puramente consultivo”, mas a agência AFP cita um oficial de segurança que garante que israelenses entraram no shopping para resgatar reféns. No entanto, o governo queniano garante que a operação no centro comercial é nacional, apesar de ofertas de apoio internacional.
De acordo com o “Haaretz”, todos os cidadãos israelenses que estavam no shopping foram resgatados durante à noite.
Segundo o ministro Lenku, cerca de mil pessoas conseguiram escapar do brutal ataque dos radicais, que abriram fogo aleatoriamente e jogaram granadas contra civis. Nos arredores do shopping, a presença de militares é reforçada e, segundo a emissora BBC, é possível escutar em alguns momentos o som de tiros dentro do centro comercial.
Autoridades quenianas afirmam que estão preparando uma grande operação e soldados esperam por um comando para dar fim à situação. Segundo o Twitter da polícia local, agentes conseguiram identificar o local onde os extremistas estão escondidos, mas a situação é delicada.
“Nós reiteramos que estamos lidando com uma operação delicada, já que há inocentes mantidos como reféns. Fazemos um apelo por calma e jornalismo responsável.”
TVs quenianas e autoridades fazem um apelo por doações de sangue para os hospitais da cidade, já que muitos feridos precisam de transfusões. O presidente, Uhuru Kenyatta, visitou hoje vítimas do ataque em centros médicos. No sábado, ele fez um pronunciamento emotivo condenando o massacre e contanto que também perdeu familiares próximos no atentado.
Os extremistas do al-Shabab afirmaram no sábado que não iriam negociar com o governo do Quênia. Algumas testemunhas contam que radicais pediram que muçulmanos deixassem o local antes de abrir fogo e executaram pessoas que tinham identidades com nomes cristãos.