Os serviços de inteligência da polícia do Líbano detiveram um xeque religioso acusado de envolvimento no duplo atentado de sexta (23) na cidade de Trípoli, que causou pelo menos 47 mortes e deixou 900 feridos.
A prisão do xeque Ahmad el Gharib aconteceu depois que ele foi visto em uma das gravações de uma câmera de vigilância colocada na mesquita Al Salam, informou hoje a "ANN" (Agência Nacional de Notícias)", que acrescentou que em sua residência foram encontradas várias armas e granadas.
Segundo o jornal "Al Akhbar", Gharib, de 40 anos, tem ligações com o chefe do MUI (Movimento de Unificação Islâmica), Hachem Menkara, um grupo salafista sunita próximo do regime sírio e do grupo xiita Hezbollah.
No entanto, em comunicado, o MUI desmentiu a detenção de um de seus xeques e destacou que qualquer um que estiver envolvido nesse "horrível ato criminoso" deve ser castigado de forma severa.
O primeiro-ministro Najib Mikati qualificou hoje o ocorrido como uma "grande catástrofe humana" e pediu à população de Trípoli contenção e paciência.
"O número de feridos supera 900", acrescentou, e assinalou que as forças de segurança reforçaram sua presença e as medidas de segurança para evitar um novo ataque.
A calma prevalece hoje nessa cidade de maioria sunita, onde é possível ouvir, de vez em quando, disparos no bairro de Bab el Tebani, de maioria sunita, e seus arredores, segundo a imprensa local.
A "ANN" disse que unidades do Exército começaram a retirar os escombros das ruas, enquanto os guindastes retiram os veículos destruídos e a Polícia Militar prossegue com suas investigações.
Ontem à noite, Mikati decretou um dia de luto nacional e pediu às administrações paralisação durante uma hora em sinal de solidariedade com as vítimas em Trípoli