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Estudo da Universidade de Tel-Aviv revoluciona diagnóstico da esquizofrenia



Amostras de neurônios olfativos depacientes diagnosticadas com esquizofrenia
O diagnóstico de doenças mentais, como a esquizofrenia, tem sido difícil e polêmico há muito tempo. Como em muitos casos ela apenas pode ser confirmada a partir do exame do cérebro "post-mortem", profissionais de saúde mental dependem de uma bateria de avaliações psicológicas e “sintomas” para identificar a situação. 

"Até agora, os biomarcadores para esquizofrenia apenas tinham sido encontrados nas células nervosas do cérebro, que não podem ser coletadas antes da morte. Por isso, é obviamente tarde demais para trazer algum benefício ao paciente", afirma o pesquisador Noam Shomron. 

Um recente estudo da Universidade de Tel-Aviv (UTA) possibilitou um significativo avanço: ao coletar tecido do nariz por meio de uma biópsia simples, pesquisadores já são capazes de detectar a doença de uma forma mais precoce. A descoberta, que foi divulgada na revista Neurobiology of Disease, poderia levar não apenas a um diagnóstico mais preciso, como também a um tratamento muito mais eficiente.

Para solucionar esse dilema do diagnóstico, os pesquisadores se focaram no sistema olfativo, que inclui neurônios localizados na parte superior interna do nariz. Pesquisadores da Universidade John Hopkins coletaram amostras de neurônios olfativos de pacientes diagnosticados com esquizofrenia e de um grupo de controle de indivíduos não afetados e depois as enviaram ao laboratório de Shomron na UTA. 

Shomron e seus pesquisadores associados aplicaram uma tecnologia de alta capacidade nessas amostras, estudando o micro-RNA dos neurônios olfativos. Dentro dessas moléculas, que ajudam a regular nosso código genético, conseguiram identificar um micro-RNA que é altamente elevado nas pessoas com esquizofrenia, comparado ao dos indivíduos que não têm a doença.

“Conseguimos restringir o micro-RNA a um conjunto diferencialmente expresso e, a partir dele, a um micro-RNA específico que é elevado em indivíduos com a doença comparado ao dos indivíduos saudáveis”, explica Shomron. 

Outras pesquisas revelaram que esse RNA específico controla genes associados à geração dos neurônios. Na prática, o material para a biópsia poderia ser coletado por meio de um procedimento ambulatorial rápido e fácil, usando anestesia local. E, com os resultados de definição de perfil do micro-RNA prontos em poucas horas, esse método poderia evoluir para um teste relativamente simples e preciso para diagnosticar uma doença muito complicada.

Shomron admite que ainda há muito a investigar, incluindo se essa alteração na expressão do micro-RNA começa antes da manifestação dos sintomas esquizofrênicos ou apenas depois que a doença se desenvolve totalmente. Se essa mudança chegar perto do início da linha de tempo, poderia ser inestimável para diagnósticos precoces. Isso significaria intervenção precoce, melhor tratamento e, possivelmente, a postergação dos sintomas. De acordo com o especialista, se uma pessoa tem histórico familiar de esquizofrenia, esse teste poderia revelar se ela também sofre da doença. 


E, embora esse alerta antecipado não signifique que há uma cura no horizonte, ajudaria paciente e médico a identificar a doença e se preparar para os desafios à frente. A pesquisa foi conduzida por Shomron e pela professora Ruth Navon, da Faculdade de Medicina Sackler da Universidade de Tel-Aviv, junto com o aluno de doutorado Eyal Mor, do laboratório de Shomron, e o professor Akira Sawa, do Hospital Johns Hopkins em Baltimore, Maryland.

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