Budapeste, 5 mai (EFE).- Com o discurso do polêmico primeiro-ministro húngaro, o conservador nacionalista Viktor Orban, começou neste domingo em Budapeste a 14ª Assembleia do Congresso Judaico Mundial (CJM), que denuncia o crescente antissemitismo na Europa e na Hungria em particular.
Orban, criticado por sua passividade diante do crescente antijudaísmo em seu país, pediu aos 500 delegados do CJM que ajudem "com sua experiência na luta contra o antissemitismo".
O primeiro-ministro disse que o antissemitismo é "inaceitável e intolerável" e reconheceu que houve muitos húngaros "que cometeram graves delitos".
A Hungria "não tolerará" nenhum tipo de antissemitismo, que está cada vez mais presente na Europa, acrescentou Orban.
Ativistas da União Europeia de Estudantes Judeus distribuíram antes do evento panfletos nos quais pediam que o discurso de Orban não fosse aplaudido.
O texto afirmava que em vários municípios da Hungria se instalaram com o apoio do partido governante Fidesz estátuas em homenagem a Miklos Horthy, um ditador pró-nazista da década de 1930.
No entanto, muitos delegados do CJM aplaudiram o discurso do primeiro-ministro. O presidente do CJM, Ronald Lauder, lembrou que o partido de extrema-direita húngaro Jobbik é a terceira força do país e que um de seus deputados pediu que fossem feitas listas dos judeus que trabalham no governo e na administração.
"Quando os judeus húngaros são atacados pelos fanáticos, devem contar com o apoio incondicional de seu governo e de suas autoridades. São as autoridades que devem impedir isto antes que comece", disse Lauder.
Os escândalos e excessos antissemitas se multiplicaram na Hungria nos últimos meses, pois isso Budapeste foi escolhida para ser o local do encontro, um sinal de apoio aos 100 mil judeus do país europeu.
