No ano seguinte em que foi completado 70 anos da morte do escritor austríaco Stefan Zweig, sua obra entrou em domínio público, ou seja, qualquer editora poderá traduzir e publicar seus livros sem pagar direitos autorais.
A editora Zahar, por exemplo, pretende lança a biografia "Maria Antonieta", livro que desde 1981 não recebe nova edição no Brasil, além de "Mundo Insone" (previsto para este ano), uma coletânea de ensaios de Zweig, alguns inéditos, e "Três Novelas Femininas", que traz "Cartas de uma Desconhecida", "Medo", "24 Horas na Vida de uma Mulher".
Já as editoras Zahar e Rocco promovem, no Rio de Janeiro e em São Paulo, lançamentos conjuntos e debates sobre os livros. "O governo brasileiro soube tirar proveito do livro. Os opositores do governo atacaram Zweig porque não tinham coragem de enfrentar Vargas ou porque faziam negócios com ele", explica o jornalista Alberto Dines. Mas, para ele, não foi esse "massacre público" que fez com que Zweig e Lotte se matassem: foi a chegada da II Guerra Mundial ao Brasil. Zweig, judeu que deixou seu país natal por causa do conflito, era um pacifista nato.
Queria estar longe da Europa para ficar distante da guerra. Traduzido para diversas línguas, e com inúmeros filmes baseados em sua obra, Zweig foi o principal autor a escrever biografias e novelas pelo viés da psicanálise. Para o americano Benjamin Moser, que assina a biografia de Clarice Lispector, "seria muito bom que o domínio público despertasse o interesse dos leitores. Zweig é um grande escritor que poucas pessoas leram".
Na França, para onde Moser viaja com frequência, a popularidade dele é enorme. Ele é um escritor que ainda pode encantar muitas gerações", afirma.
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