Jerusalém - O Ministério do Interior do Hamas iniciou nesta sexta-feira uma campanha que apoia a detenção de colaboracionistas de Israel na Faixa de Gaza no término da amnistia de um mês, avisando que os mesmos devem se entregar voluntariamente.
A lista de suspeitos foi entregue às forças de segurança para que essas pessoas sejam detidas "nas próximas horas", informou o porta-voz do Ministério, Ibrahim Salah.
As detenções têm como objectivo colocar um fim ao colaboracionismo com Israel.
Salah revelou que a amnistia de um mês que esteve em vigor até quinta-feira teve mais êxito do que em anteriores ocasiões e foram entregues mais informantes do que no passado, segundo a agência "Ma'an".
O colaboracionismo com Israel é castigado de acordo com a legislação palestina com a pena de morte, embora o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, tem a última palavra antes de qualquer execução.
Hamas não reconhece a autoridade de Abbas desde 2007, quando os islamitas pegaram em armas em Gaza e expulsaram as forças de segurança do Fatah, o movimento nacionalista que é liderado pelo presidente palestino.
Em Novembro, sete palestinos foram executados na Faixa por esse delito, segundo o Hamas por "desconhecidos", em um caso que gerou protestos de grupos de direitos humanos.
O Humans Right Watch (HRW) denunciou quinta-feira que o Governo do Hamas não fez nada para esclarecer o caso, que deu a volta ao mundo porque o cadáver de um dos executados foi atado e arrastado por uma motocicleta pelas ruas de Gaza para servir de exemplo.
Os serviços secretos israelitas empregam centenas, se não milhares, de palestinos como informantes em troca de dinheiro e privilégios e outras sob extorsão e ameaças de que ele ou seus familiares serão detidos.
Um exemplo do vasto desdobramento de informantes foi comprovado em Novembro, quando Israel matou o chefe do braço armado do Hamas, Ahmed Jaabari, acção que deu inicio à operação Pilar Defensivo.