Foram hoje detidas em Jerusalém dez mulheres que fizeram menção de rezar junto do Muro das Lamentações com "xailes de oração". As mulheres foram detidas depois de recusarem ordens da polícia para retirarem os xailes, que no ritual judeu ortodoxo são reservados aos homens.
As mulheres detidas fazem parte de um grupo judeu designado como "Mulheres do Muro", que todos os meses se reúne no local para as suas orações. O grupo professa uma orientação reformadora do judaísmo e contesta a discriminação das mulheres, tal como ela é praticada pelas orientações ortodoxas. Essa discriminação manifesta-se, nomeadamente, na proibição de as mulheres usarem "xailes de oração" idênticos aos dos homens, e de lerem em público textos das sagradas escrituras.
O grupo "Mulheres do Muro" já numa ocasião anterior sofrera várias detenções devido a uma manifestação semelhante, tendo depois sido libertadas sem qualquer acusação as mulheres detidas.
Silverman conta que a polícia as intimou, desta vez, a retirarem os xailes e que as mulheres do grupo recusaram fazê-lo. A polícia aguardou o final das orações e conduziu-as depois às esquadra. Silverman conclui que a discriminação sexista no culto judaico equivale a "cuspir no Sinai"