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O hebraico é uma língua divinamente inspirada



A língua do povo judeu e também do Estado de Israel moderno, o hebraico, é chamada de "Língua santa" desde os tempos antigos. De acordo com tradições judaicas, o hebraico era a língua da Criação e a única falada antes da dispersão causada após a Torre de Babel. Nos tempos medievais, pensava-se que as crianças que cresceram sem nenhuma influência linguística automaticamente falariam hebraico. 

Era a língua dos antigos judeus, inclusive falada por Jesus e seus discípulos, mas, após a queda de Jerusalém para os romanos em 70 d.E.C., o uso do hebraico como língua cotidiana chegou ao fim, embora continuasse sendo utilizada para fins literários e religiosos. 

Hoje, o hebraico moderno é falado por cerca de 7 milhões de pessoas em Israel, onde é uma das línguas oficiais, junto com o árabe. O idioma é escrito da direita para a esquerda, usando-se o alfabeto hebraico, que possui 22 letras, todas consoantes. É estudada como língua estrangeira principalmente por estudantes de judaísmo e de Israel, assim como acadêmicos de teologia e seminaristas. O inglês é amplamente difundido em Israel e, portanto, há pouco incentivo para os estrangeiros aprenderem hebraico por razões comerciais.

Renascimento do idioma

O hebraico moderno foi desenvolvido juntamente com o surgimento do movimento sionista no fim do século XIX. Eliezer Ben Yehuda (1858-1922) foi o primeiro a fazer uso exclusivo do hebraico em sua casa, em Jerusalém, e dedicou a sua vida a “ressuscitar” essa língua através da publicação de jornais e à criação de escolas. Este herói linguístico "tornou possível que vários milhões de pessoas possam comunicar-se cotidianamente em uma língua que até então só era usada para discussão talmúdica e orações". Ben Yehuda é uma das figuras mais importantes na fundação do moderno Estado de Israel. Por isso, as principais vias comerciais de Jerusalém e Tel-Aviv levam o seu nome. No entanto, ele e sua família foram banidos da comunidade ultra-ortodoxa por causa de sua decisão de usar o hebraico como língua do dia a dia. A comunidade religiosa considerava isso um sacrilégio, a “língua dos profetas”, e não devia ser usada para falar de banalidades cotidianas.
Ben Yehuda dedicou boa parte de sua vida à criação de um dicionário hebraico moderno, contendo palavras usadas para todas as situações. Ele catalogou cada palavra, pois a língua hebraica deixou de desenvolver o seu vocabulário quando deixou de ser falada, quase dois mil anos antes. Portanto, não existiam palavras apropriadas em hebraico para muitos conceitos modernos. Ben Yehuda resolveu tais problemas fazendo “empréstimo” de palavras de outras línguas semíticas, como a dos árabes, assírios, egípcios, etíopes e coptas. Em 1913, hebraico se tornou a língua oficial de instrução em escolas judaicas na região que era chamada de Palestina. Em 1948, o hebraico tornou-se a língua oficial do recém-estabelecido Estado de Israel.

Ulpan e absorção

Um ulpan é um instituto ou escola para o estudo intensivo de hebraico, permitindo que novos imigrantes a aprendam a língua rapidamente e de forma eficaz. O conceito de ulpan foi estabelecido logo após a criação de Israel, em 1948. O novo país foi confrontado com um grande fluxo de novos imigrantes, refugiados da Europa devastada pela guerra, das comunidades desfavorecidas da África e do Oriente Médio, e outros, vindas de todas as partes do mundo. Embora todos fossem considerados judeus, sua língua e cultura variavam muito. 

Desde a criação do primeiro ulpan em Jerusalém, em 1949, mais de 1,3 milhão de novos imigrantes passaram pelo sistema, hoje dirigido pelo Ministério da Absorção de Imigrantes. Devido às diversas origens culturais e educacionais dos alunos, o método é mais intuitivo que sistemático, com os conceitos sendo apresentados sem muitas justificativas. Imigrantes adultos aprendem o básico da língua, juntamente com os fundamentos da cultura, história e geografia israelense. O objetivo principal do ulpan é integrar novos cidadãos da maneira mais rápida e fácil possível na vida social, cultural e econômica de seu país adotivo, o que representa um grande passo na sua adaptação.

O ensino da língua hebraica em Israel é uma fonte de debate constante, uma vez que a língua é uma das características que definem a identidade de um povo. "Em 2007, o Knesset, Parlamento israelense, criou uma comissão interministerial para aconselhar e fazer recomendações para a melhoria e mudanças no sistema de ulpan. Entre elas, um sistema de aprendizagem acelerada para o hebraico. A partir de 2004, muitas ulpans foram fechadas por causa de cortes no orçamento da Agência Judaica. No entanto, a língua hebraica continua a ser uma fonte de orgulho e união entre os israelenses de todas as origens. Possivelmente, Israel é um dos lugares mais fáceis do mundo para se estudar línguas, pois muitas pessoas que ali vivem (ou seus pais) aprenderam hebraico como segunda língua nesta terra repleta de imigrantes. Portanto, os israelenses são muito pacientes e educados com as tentativas de diálogo de estranhos, muitas vezes pensando que se tratam de novos imigrantes, por isso oferecem boas-vindas e encorajamento.

Em uma ulpan o aluno pode conhecer e experimentar um pouco da sociedade israelense, além de aspectos políticos e culturais. A abordagem intuitiva usada em uma ulpan para o ensino da cultura e da língua é algo inovador, pois sua metodologia, de rápida absorção, mostrou-se eficaz ao longo dos últimos 60 anos em que foi utilizada. O método já foi copiado em outros países, como no País de Gales, onde programas de aprendizado da língua e da cultura galesa ajudam milhares de alunos adultos. Nos últimos anos, o sistema ulpan avançou em ritmo acelerado, e hoje é possível para qualquer pessoa no mundo com acesso a um computador e à internet estudar em uma "ulpan online". 

O programa da ulpan online não é voltado para imigrantes e o sionismo e a religião judaica são tratados como aspectos culturais, não exigindo nenhum tipo de compromisso do público que fazem o curso. Para os interessados, existe um programa paralelo de hebraico clássico, que pode ajudar os interessados na leitura de textos bíblicos em sua língua original. Com a ajuda da tecnologia, o hebraico tem mostrado sua força e não apenas mantém a língua viva, mas ajuda que mais pessoas conheçam e entendam a história desse povo que já experimentou várias tentativas de extermínio, mas mostra sua força e capacidade de manter viva a sua longa e bela história.

Artigo enviado pela eTeacher Hebraico.
Para saber mais sobre o curso da eTeacher Hebrew: acesse aqui.

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