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Eleições nos EUA terão impacto direto no mapa político de Israel



Guila Flint
De Tel Aviv
A disputa pela Presidência americana desta terça-feira terá uma influência direta e decisiva no mapa politico de Israel, que será definido em eleições previstas para janeiro de 2013.
De acordo com analistas locais, protagonistas importantes da política israelense, como o ex-premiê Ehud Olmert e a ex-chanceler Tzipi Livni – ambos do partido de centro Kadima – estão aguardando os resultados das eleições americanas para decidir se vão voltar à vida politica e concorrer às próximas eleições gerais no país.


Se Barack Obama vencer o pleito, provavelmente, Olmert e Livni decidirão retomar a liderança do Kadima para desafiar o bloco de direita formado pelo atual primeiro-ministro Binyamin Netanyahu e o chanceler Avigdor Lieberman.
Segundo as pesquisas, um bloco de partidos de centro-esquerda, liderado por Olmert, teria chances de vencer o bloco denominado "Bibierman" (apelido da imprensa local à união de Bibi Netanyahu com Lieberman).

"Estou bem tenso quanto aos resultados das eleições nos Estados Unidos", disse o historiador Ron Pundak à BBC Brasil.

Pundak, que foi um dos arquitetos do acordo de paz de Oslo (assinado entre israelenses e palestinos em 1993), disse que as eleições americanas terão um impacto "extremamente significativo" sobre o mapa politico em Israel.
"A vitória de Mitt Romney fortalecerá a campanha de Netanyahu e Lieberman, já a eleição de Obama será favorável para um bloco de centro-esquerda", afirmou.

Amigo pessoal e Irã

Premiê Binyamin Netanyahu é amigo pessoal do republicano Mitt Romney há mais de 30 anos

Durante os últimos meses, Netanyahu não escondeu sua preferência pelo candidato republicano, que, além de ter visões muito semelhantes sobre o Oriente Médio, também é seu amigo pessoal há mais de 30 anos.
Em 1976, o candidato republicano e o premiê israelense trabalharam juntos em uma empresa de consultoria americana, a Boston Consulting Group.
Durante a campanha eleitoral, Mitt Romney fez uma visita a Israel, na qual foi calorosamente recebido por Netanyahu.
Neste período, o premiê israelense também criticou em termos duros o governo americano, principalmente, em relação à questão iraniana, declarando que Obama, que não concordou em estabelecer um ultimato contra o projeto nuclear do Irã, "não tem direito moral de impôr limites a Israel", em referência a um possível plano israelense de atacar o país persa.

A questão Israel-Irã foi mencionada mais de 30 vezes durante o último debate entre os dois candidatos à eleição americana.
Netanyahu e Romney também têm um financiador em comum – o milionário americano Sheldon Adelson, que doou 100 milhões de dólares para a campanha republicana e é proprietário do jornal israelense Israel Hayom, considerado como o "veículo de Netanyahu".

"Mitt Romney tem posições muito próximas às de Netanyahu, já Obama tem posições semelhantes ao campo de centro-esquerda em Israel, que apoia a solução de dois Estados baseada nas fronteiras de 1967", disse Pundak.
Diálogo de paz e Casa Branca
As relações entre Netanyahu e Obama são consideradas problemáticas e a tensão entre os lideres se agravou principalmente depois que o premiê israelense rejeitou a proposta do presidente americano de basear as negociações com os palestinos nas fronteiras anteriores à guerra de 1967.
Netanyahu afirmou que essas fronteiras são "indefensáveis" e exigiu que a liderança palestina volte à mesa de negociações "sem condições prévias".
No histórico da política do país, candidatos que tenham relações tensas com a Casa Branca tendem a perder o apoio do público israelense.

Um exemplo disso ocorreu em 1992, quando Itzhak Rabin, do Partido Trabalhista, derrotou o líder do Likud, Itzhak Shamir.
Naquela época uma das principais razões apontadas para a vitória de Rabin foi a relação tensa entre o então primeiro-ministro Shamir e o governo americano, liderado por George Bush.

A razão da tensão foi a construção dos assentamentos israelenses na Cisjordânia, que levou o governo americano a cancelar parte das garantias bancárias para Israel.

Obama

"A esperança do campo de centro-esquerda em Israel é que, em sua segunda gestão, Obama se sinta mais livre para levar adiante seu plano e promover a retomada das negociações entre israelenses e palestinos", disse Pundak.
O vice-primeiro ministro, Silvan Shalom, disse à radio Kol Israel que não considera "tão significativas para Israel" as diferenças entre os dois candidatos às eleições americanas.
"Nos assuntos realmente vitais, Israel sempre teve o apoio dos diversos governos americanos, sejam republicanos ou democratas", afirmou.

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