Se a bandeira amarela do Fatah é predominante na Cisjordânia, na Faixa
de Gaza é o verde do Hamas que domina as manifestações.
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Bandeiras do Hamas em Gaza - Coisas Judaicas |
O grupo - considerado uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia - rivaliza com o Fatah da Autoridade Nacional Palestina e assumiu o controle da região após o rompimento das duas facções.
Nascido depois da Primeira Intifada, em 1987, seu nome é um acrônimo de Harakat al-Muqawana al-Islamiya, ou Movimento de Resistência Islâmica, e significa "zelo". No início, aliava a luta contra Israel à assistência social, o que lhe garantiu a simpatia de muitos palestinos.
O xeque Ahmed Yassin foi o fundador e o líder espiritual do grupo e, apesar da fraqueza física (era tetraplégico e quase cego), exerceu grande influência. Em 1989, foi condenado à prisão perpétua pela morte de palestinos que possivelmente colaboraram com Israel. Em um acordo mediado pela Jordânia em 1997, Yassin foi trocado por dois agente israelenses envolvidos na tentativa de assassinato de um líder do Hamas. À época, o grupo definiu suas pretensões: "Não descansaremos até que a Palestina seja libertada, do Mediterrâneo até o Rio Jordão".
Embora Yassin tenha sido morto em março de 2004 por um míssel disparado por Israel, o grupo manteve sua linha. Desde a fundação, o grupo defende a criação de um Estado Palestino. Com um braço militar influente em sua organização, as Brigadas Izz ad-Din al-Qassam usaram o terrorismo suicida contra soldados e colonos nos territórios ocupados como arma contra Israel durante anos. Os grandes ataques ocorreram após o acordo de paz de Oslo, em 1993, fechado sob a liderança de Yasser Arafat (do Fatah) na ANP com Yitzhak Rabin, primeiro-ministro de Israel. Ônibus explodiram em território israelense em fevereiro e março de 1996 e minaram o acordo. Muitos palestinos concordavam com os ataques, e viam o martírio como o melhor caminho para vingar suas perdas e mostrarem-se opostos às construções de assentamentos israelenses na Cisjordânia.
Após o fracasso dos acordos de paz de Camp David e da Segunda Intifada, em 2000, o Hamas floresceu politicamente e ganhou influência, enquanto Israel minava a infraestrutura da ANP. Israel se retirou de Gaza em 2005, e no ano seguinte o grupo obteve mais assentos no Parlamento Palestino que a facção rival, o Fatah. Em 2007, os dois romperam e, desde então, os palestinos se encontram divididos politica e geograficamente. O grupo secularista governa desde 2007 a Cisjordânia, e acertou um acordo de paz com o movimento islâmico em maio de 2011 no Cairo, Egito.
Com estrutura ainda imprecisa e um número desconhecido de membros, o Hamas conta com o apoio de dezenas de milhares de aliados e simpatizantes graças aos programas sociais que desenvolve nos territórios sob sua influência. Para se sustentar, a organização recebe recursos de palestinos refugiados, do Irã e de pessoas na Arábia Saudita, além de recolher uma quantia mensal dos integrantes e fazer campanhas para levantar fundos principalmente na Europa Oriental e na América do Norte.
Um dos movimentos mais ousados do grupo foi o sequestro do soldado israelense Gilad Shalit, capturado em junho de 2006 na fronteira de Israel com a Faixa de Gaza. O ato foi programado durante cinco anos por Ahmed Jabari, líder militar do grupo que viria a ser morto por Israel no início do novo conflito, em novembro deste ano. O soldado foi trocado por 1.027 presos palestinos em outubro de 2011.
Desde a morte de Ahmed Yassin, Khaled Meshaal é o líder político do grupo. Vivendo no Qatar desde o início de 2012, ele escapou de uma tentativa de assassinato empreendida pelo Mossad (setor de inteligência israelense) na Jordânia em 1997. Em 2010, a revista britânica "News Stateman" indicou Meshaal como a 18ª figura mais influente daquele ano.