O chanceler Antonio Patriota começou ontem sua visita a Israel numa comunidade rural de brasileiros no sul do país, perto da divisa com a faixa de Gaza.
Pouco após sua partida do kibutz Bror Hail, no deserto do Neguev, um foguete disparado de Gaza caiu a cerca de 20 km de distância, na cidade israelense de Netivot.
O ministro nada percebeu e seguiu para Jerusalém.
O foguete do tipo Grad atingiu o quintal de uma casa em Netivot, por volta de 19h30 (14h30 de Brasília), pouco após a partida da comitiva do ministro. Não houve vítimas.
Patriota chegou para sua primeira visita como chanceler a Israel e Palestina e em ambos será recebido pelas mais altas esferas do poder.
No kibutz (comunidade rural) dos brasileiros, o ministro ouviu o testemunho de quem vive sob a rotina de foguetes disparados de Gaza.
"É uma situação muito difícil, porque o objetivo é atingir civis", disse o brasileiro Tzi Chazan, ex-diplomata israelense, que mora no Bror Hail desde 1957.
O chanceler também esteve com o paulista Nathan Galkovitz, que foi atingido diretamente pelo conflito --em 2005 sua filha Dana, 22, foi morta por morteiro lançado por extremistas de Gaza.
Patriota lamentou a morte de Dana e também "tragédias semelhantes" sofridas por palestinos de Gaza.
Galkovitz, que desde a morte da filha se tornou um ativista na busca de diálogo entre israelenses e palestinos, exortou o ministro a fazer mais para engajar o Brasil na mediação do conflito.
O chanceler chega sem a expectativa criada durante o governo Lula, quando o Brasil ambicionou um papel ativo nas negociações de paz.
Patriota focalizará mais as relações bilaterais, mas disse que não há como ficar indiferente às repercussões mundiais do conflito palestino-israelense: "A partir daqui, muita coisa pode dar errado no mundo".
O kibutz visitado pelo ministro fica numa região que se tornou linha de frente da guerra de baixa intensidade travada entre Israel e o grupo islâmico Hamas, que controla a faixa de Gaza.