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Ankie Spitzer, víuva de uma vítima de
Munique, discursa em Fuerstenfeldbruck: quarenta anos depois, o episódio
ainda causa polêmica.
Fuerstenfeldbruck - Parentes, sobreviventes e políticos prestaram uma
homenagem, nesta quarta-feira, aos 11 israelenses mortos nos Jogos
Olímpicos de Munique-1972, no mesmo local onde ocorreu o massadre há 40 anos.
Cerca de 600 convidados passaram pelo crivo da segurança para
participar da cerimônia na base aérea de Fuerstenfeldbruck, oeste de
Munique, onde os reféns de membros do grupo extremista palestino
conhecido como "Setembro Negro" tiveram seu fim trágico.
Muitos convidados usavam óculos escuros e secavam as lágrimas na
cerimônia ecumênica que marcava a data e reavivou discussões sobre tais
acontecimentos.
Sob um céu nublado com bandeiras hasteadas a meio mastro, velas brancas
formava um pódio sobre o qual se viam fotografias em preto e branco dos
atletas e treinadores israelenses que foram feitos reféns e depois
mortos.
"Esse episódio não foi um ataque contra Israel, não foi um ataque
contra os judeus. Foi um ataque contra todos nós. Contra o ideal
olímpico, a visão de liberdade e paz para todos os seres humanos", disse
Charlotte Knobloch, líder da comunidade judaica em Munique, claramente
comovida durante o discurso.
Ankie Spitzer, viúva do técnico de esgrima Andre Spitzer; o ministro do
Interior alemão, Hans-Peter Friedrich; e o vice-premiê israelense,
Silvan Shalom, também compareceram ao tributo.
A celebração dos 40 anos da tragédia trouxe à tona novas questões sobre
os terríveis eventos das Olimpíadas de Munique, que tinham como
objetivo exibir uma nova face da Alemanha Ocidental quase 30 anos após a
Segunda Guerra Mundial.