Rabino Shvat afirma que fazer sexo com "propósitos
operacionais" é uma obrigação de todas as agentes da Mossad.
Chamam-lhes "funcionárias de S. Valentim" ou ainda
"doces armadilhas". Trata-se das agentes da Mossad (serviços secretos
israelitas que atuam no exterior) que seduzem o inimigo para anulá-lo ou
conseguir informações consideradas vitais para a segurança do país. Uma
"operação" que, a partir de agora, é caucionada em termos religiosos,
segundo o estudo do rabino ortodoxo Ari Shvat.
No seu estudo, denominado Sexo Ilícito para o Bem da Segurança Nacional e
publicado pelo Instituto Tzomet, Shvat recorre-se de situações bíblicas para
concluir que as agentes que têm relações sexuais com um gentio em defesa da
causa nacional não só é correto como é uma obrigação importante. Lembra, por
exemplo, o caso da rainha Ester que dormiu com o rei persa para salvar os
judeus do genocídio, e de Yael, que apesar de casada não hesitou em seduzir e
matar o general Sisera para salvar o seu povo.
São vários os casos conhecidos de "funcionárias de S. Valentim",
como são denominadas no círculo da Mossad. Uma das mais famosas é a loira Cindy
- Cheryl Bentov de seu verdadeiro nome - que, em 1986, seduziu Mordechai
Vanunu, o técnico de Dimona que denunciara ao Sunday Times os segredos
nucleares de Israel. Cindy não impediu a denúncia, mas possibilitou a prisão de
Vanunu, em Roma, para onde o atraiu. O assassínio do operacional do Hamas, em
Janeiro no Dubai, terá também contado com a ação de uma "doce
armadilha".
O estudo do rabino, considerado "importante" pelo instituto que se
preocupa em fazer uma simbiose entre a vida moderna e religião judaica,
sublinha, porém, que o ideal é essas "operações" serem feitas por
"mulheres solteiras" e, caso não seja possível, que "antes se
divorciem dos maridos", com quem poderão voltar a casar-se após terminarem
a missão.