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Regime sírio mente 'descaradamente' sobre massacre, dizem EUA


A embaixadora dos Estados Unidos na ONU (Organização das Nações Unidas), Susan Rice, acusou o regime sírio de "mentir descaradamente" sobre a autoria do massacre de Houla, em que 108 pessoas morreram, na última sexta-feira.
"Trata-se de outra mentira descarada. Não há nenhuma prova objetiva que apoie essa interpretação dos acontecimentos, tampouco dentro da versão documentada pelos observadores da ONU sobre o terreno", afirmou Rice, após sair de uma reunião do Conselho de Segurança.
A diplomata disse que o uso de artilharia pesada e de milícias nas mortes dos civis em Houla "não deixam dúvidas" sobre o que aconteceu e que pedirá uma investigação ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.
Rice também pediu maior pressão de Rússia e China sobre o ditador Bashar al Assad e se referiu à chegada de um barco russo com armas para a Síria.
"Deve-se condenar que as armas continuem chegando a um regime que continua usando uma força horrível e desproporcional contra seu povo".

'GRUPOS ARMADOS'

Mais cedo, o general Kassem Jamaleddine, chefe da comissão que investigou o massacre de Houla, afirmou que a ação foi cometida por "grupos armados", de acordo com resultados de investigações preliminares das autoridades sírias.
"Grupos armados assassinaram famílias pacíficas", anunciou Jamaleddine, durante uma coletiva de imprensa, afirmando que essas famílias "haviam recusado a se colocar contra o governo e não concordavam com os grupos armados", referindo-se à oposição armada que combate as tropas do governo.
Ele afirmou que "entre 600 e 800 homens armados, vindos de regiões vizinhas de Houla, começaram a atacar a região e as tropas governamentais".
O general ressaltou que em momento algum o Exército entrou em Taldo, localidade onde foi assassinada a maior parte das 108 vítimas, entre elas cerca de 50 crianças, segundo a ONU.
"O local onde foi praticado o massacre é uma área onde há grupos armados. As tropas do governo não entraram nem antes nem depois", acrescentou o investigador.
O massacre "não foi causado por bombardeios" do Exército regular, prosseguiu o chefe da comissão, afirmando que os corpos não tinham marcas de queimaduras".
Um alto funcionário das Nações Unidas declarou na terça-feira (29) que existia uma "forte suspeita" do envolvimento dos "shabbiha", milicianos pró-regime, no massacre de Houla.

TEMOR DA ONU

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, alertou nesta quinta-feira que massacres de civis como o que aconteceu em Houla podem mergulhar a Síria em uma guerra civil.
Ban citou temores levantados na terça-feira por Kofi Annan, o enviado especial da ONU e da Liga Árabe, de que a Síria já vive um "ponto de virada" a caminho de uma guerra civil após o assassinato de 108 pessoas em Houla na sexta-feira.
O cessar-fogo de 12 de abril, que faz parte de um plano de seis pontos estabelecido por Annan para restaurar a paz, até agora não surtiu efeito para acabar com o derramamento de sangue durante os 14 meses de manifestações contra o regime do ditador Bashar al Assad.
O movimento, que começou pacífico, agora conta com uma revolta armada.
"O massacre de civis como o visto no último fim de semana pode mergulhar a Síria numa guerra civil catastrófica -- uma guerra civil da qual o país pode nunca se recuperar", disse o secretário-geral da ONU em Istambul.

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