Israel desmentiu nesta segunda-feira informações da imprensa turca
que indicavam que o país estudava mobilizar tropas na República do
Chipre para proteger seus interesses energéticos na região, em um
momento de tensões diplomáticas com a Turquia.
"Estas alegações são infundadas e não têm nada a ver com a
realidade", indicou em um comunicado o Ministério israelense das
Relações Exteriores apresentado pela embaixada de Israel em Ancara,
acrescentando que "Israel nunca mobilizou tropas em solo exterior".
A agência de notícias oficial turca Anatolia informou
durante o fim de semana, citando uma autoridade grego-cipriota, que
Israel previa mobilizar 20 mil soldados no setor grego do Chipre para
garantir a segurança de 30 mil funcionários e técnicos israelenses que
foram trabalhar na região.
Os funcionários devem ser empregados nas explorações
petrolíferas e de gás no litoral da ilha iniciadas no ano passado por
Israel e pela República do Chipre, única entidade reconhecida
internacionalmente na ilha, segundo a agência.
A Turquia manifestou em várias ocasiões sua oposição a estas
explorações, que classifica de "ilegais", por considerar que a parte
grego-cipriota não tem esse direito enquanto a ilha permanecer dividida,
porque significa excluir os turco-cipriotas dos lucros dos recursos
descobertos.
O Chipre está dividido desde 1974, depois que a Turquia invadiu o
norte da ilha após um golpe de Estado apoiado por nacionalistas
greco-cipriotas para unir o país à Grécia. A República Turca do Chipre
do Norte, autoproclamada e instaurada no norte, é reconhecida apenas
pela Turquia.
Já as relações entre a Turquia e o Estado hebreu ficaram tensas
desde que os comandos israelenses mataram nove cidadãos turcos que
tentaram romper o bloqueio de Gaza a bordo de uma embarcação turca
carregada de ajuda humanitária em maio de 2010.