JERUSALÉM — O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, propôs
nesta segunda-feira dissolver o Parlamento e antecipar as eleições para
o dia 4 de setembro. Os parlamentares começaram a debater a moção hoje,
mas somente na terça-feira deverá haver a confirmação da data.
Segundo
as pesquisas de opinião, Netanyahu tem chances de obter um novo mandato,
à medida que o país se confronta as ambições nucleares do Irã.
—
Minha intenção é formar a maior coalizão possível para trazer
estabilidade e liderar Israel face aos grandes desafios que ainda estão à
nossa frente — afirmou o premier a seu Gabinete.
O atual governo é
o mais estável que Israel teve em anos. Mas discórdias em assuntos
internos como os assentamentos judaicos na Cisjordânia e o ingresso de
ultraortodoxos nas Forças Armadas levaram Netanyahu a adiantar as
eleições em mais de um ano.
As pesquisas indicam que o partido do
premier, o Likud, pode conquistar um quarto das 120 cadeiras, deixando-o
numa posição confortável. Os números sugerem ainda que Netanyahu pode
formar uma coligação mais moderada do que a atual, com partidos de
centro, mais dispostos a fazerem concessões aos palestinos.
A
próxima eleição nacional não deveria ocorrer até outubro de 2013, mas
uma nova legislação que pode forçar judeus ultraortodoxos a servirem ao
Exército e um debate sobre o Orçamento ameaçam a coalizão que inclui
partidos religiosos e nacionalistas.
— Estamos em um país que
precisa de estabilidade política. Eu ficaria muito feliz se pudéssemos
completar o mandato e este era o meu objetivo. Infelizmente, esta
instabilidade lançou uma dúvida sobre isto. Então, acho que a coisa
certa a fazer é realizar eleições antecipadas. Propomos 4 de setembro, e
depois, se Deus quiser, os eleitores nos darão o mandato — disse.
Líderes
israelenses insistiram que a campanha eleitoral não teria impacto em
seu processo de decisão em relação ao Irã, o que inclui a possibilidade
de lançar um ataque israelense contra instalações nucleares iranianas.