Larissa Ponce
As propostas de paz entre judeus e palestinos foram discutidas em audiência com deputados e senadores.
Representantes dos judeus e palestinos, que
propuseram acordo para o fim dos conflitos em 2003, reafirmam em
audiência no Congresso Nacional que Israel deve ceder territórios para
conseguir a paz.
O ex-ministro da Cultura da Autoridade Palestina, Yasser Abbed Rabbo,
e o ex-ministro da Justiça de Israel, Yossi Beilin, concordam que a paz
na região depende do fim das ocupações de Israel a territórios do
futuro Estado Palestino. Autores da Iniciativa de Genebra, acordo de paz
informal entre palestinos e israelenses finalizado em 2003, os dois
negociadores participaram de audiência pública organizada pelas
comissões de Relações Exteriores da Câmara e do Senado nesta
quinta-feira.
Abbed Rabbo argumenta que a expansão dos assentamentos torna a
solução do conflito cada vez mais complicada. “É como sentar em uma
pizzaria e dizer que queremos negociar a divisão de uma pizza, mas um
dos lados continua comendo; quando chegarmos ao fim da negociação, não
há mais pizza para dividir”, comparou.
Yossi Beilin concorda que o fim das ocupações é o preço da paz
definitiva, em sua concepção, única forma de garantir a segurança do
Estado de Israel. De acordo com ele, no entanto, o atual governo
israelense faz “um jogo”. “Temos um primeiro-ministro que quer a paz,
mas não está disposto a pagar o preço. E quem não quer pagar, não quer a
paz”, sustentou.
Inciativa de Genebra
Para o deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ), autor do requerimento
para a realização da audiência, a Iniciativa de Genebra representa “a
proposta mais completa para uma paz justa e duradoura entre Israel e
Palestina”. Segundo ele, o acordo resolve todos os problemas de
fronteira, de territórios, oferece garantias de segurança para o Estado
de Israel e solução justa para os refugiados.
Os dois pontos mais representativos e polêmicos da proposta dizem
respeito exatamente aos assentamentos e ao traçado das fronteiras. Pelo
texto, esse traçado será praticamente o mesmo vigente em 4 de junho de
1967, data em que Israel iniciou a ocupação.
Isso significa que o Estado israelense terá de devolver aos
palestinos 97,5% dos territórios ocupados, entre eles toda a Faixa de
Gaza. EdifÃcios e infraestrutura serão entregues intactos ao Estado
palestino. Será o fim da maioria das colônias judaicas, onde vivem
atualmente mais de 200 mil pessoas.
Contrapartida
Como contrapartida, a Palestina abre mão do direito ao retorno dos
refugiados palestinos que fugiram ou foram expulsos durante a primeira
guerra árabe-israelense de 1948, assim como de seus descendentes. O
Estado hebreu será o único soberano para decidir sobre o número de
pessoas que aceitará em seu território.
O acordo informal estabelece ainda que Jerusalém será capital dos
dois paÃses. Os palestinos terão soberania sobre a parte antiga, situada
no setor oriental da cidade, com exceção do bairro judeu e do Muro das
Lamentações.
Esperança
De acordo com Yossi Beilin, a intenção é concluir a negociação até
dezembro de 2020, e provar que a paz é possÃvel na região. “Esse é um
problema humano, e podemos resolvê-lo. Ele não é mais grave, por
exemplo, que o da Caxemira”, argumenta.
Também para Abbed Rabbo, somente extremistas dos dois lados dizem o
contrário. “Esse [Iniciativa de Genebra] não é um modelo virtual,
genérico, mas muito realista de solução do conflito”, sustenta.
É a primeira vez que leio neste sÃtio alguma coisa benéfica para os palestinos. Penso que os israelenses (judeus e não-judeus) que não são radicais deveriam assumir à s escâncaras essa tese. Assim, fortalecendo os palestinos não-radicais e contribuindo para a existência de um Estado Palestino, com todas as prerrogativas de um estado soberano. A paz é possÃvel, então israelenses e palestinos viverão em paz!
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