
Neste ano, Pessach e a Sexta-Feira Santa caem na mesma data. Saiba por quê.
Tanto o calendário judaico como o gregoriano são ajustados para que Pessach e a Páscoa caiam no início da primavera no hemisfério norte.
Para a Igreja, que considera que a ressurreição ocorreu em um domingo, a Páscoa deve cair sempre no primeiro domingo após a primeira lua cheia no equinócio da primavera no hemisfério norte, 21 de março, data em que o dia e a noite tem igual duração, e que equivale ao primeiro domingo após o 14º dia do mês lunar judaico de Nissan.
O calendário judaico é lunar e era configurado por sacerdotes a cada primavera. A lua de Nissan era a primeira lua nova que se tornaria cheia após a passagem do equinócio da primavera e, confirmada pelo amadurecimento da colheita da cevada, determinava o mês em que Pessach seria celebrado.
Como o calendário gregoriano é solar, Pessach "se move" dentro do dele. Em termos práticos, Pessach cairá sempre nos meses de março ou abril do calendário gregoriano. Essa flutuação ocorre não apenas devido à diferença de extensão entre os anos lunar e solar, como também é influenciada se o ano judaico é um ano regular de 12 meses ou se é um ano bissexto de 13 meses.
Como os dois sistemas de calendário tentam prever a mesma coisa (a data aproximada da primeira lua cheia depois do equinócio da primavera), a maior parte das vezes, Pessach e Páscoa ocorrem com diferença de até uma semana. Mas, às vezes, por causa do ano bissexto judaico, Pessach pode cair um mês após a Páscoa.
No calendário judaico, cada ciclo de 19 anos contém 12 anos comuns e sete, bissextos. O terceiro, sexto, oitavo, décimo primeiro, décimo quarto, décimo sétimo e décimo nono ano de cada ciclo são bissextos.
As motivações para as festas, no entanto, são bem diferentes. Enquanto Pessach comemora a libertação dos judeus do Egito, a Páscoa comemora a ressurreição de Jesus.
Ainda assim, há mais coincidências: a Última Ceia de Jesus foi a comemoração de um seder [jantar cerimonial] de Pessach, em Jerusalém.