Raymond Aubrac, importante figura da Resistência Francesa durante a ocupação nazista na Segunda Guerra Mundial, morreu na noite de terça-feira, aos 97 anos de idade, em um hospital de Paris, informou sua filha.
Nascido Raymond Samuel, filho de pais judeus deportados para Auschwitz, ele e sua mulher, Lucie Bernard, adotaram o nome de guerra Aubrac após entrarem para a Resistência.
Eles ajudaram a fundar o movimento "Libertação Sul".
Aubrac foi um dos últimos dos dirigentes da Resistência detidos em 1943 em Caluire, no leste da França, junto com Jean Moulin, chefe do Conselho Nacional da Resistência, que trabalhou para unificar os vários movimentos que resistiam à ocupação alemã.
Lucie ajudou a orquestrar fuga do marido da prisão de Lyon ao persuadir o líder local da Gestapo, a polícia nazista, Klaus Barbie, conhecido como "Açougueiro de Lyon", a deixá-la se encontrar com o marido preso.
Durante a reunião, ela contou ao marido o plano da Resistência para atacar o caminhão alemão que iria transferí-lo para outra prisão.
Lucie, que morreu em 2007 aos 94 anos, liderou o ataque ao comboio e resgatou seu marido e Moulin.
Depois da guerra Lucie virou professora de história e geografia e Raymond iniciou uma carreira no governo e nas finanças,se mantendo ligado ao Partido Socialista.
Neste ano ele declarou apoio a candidatura do socialista François Hollande nas eleições presidenciais de 22 de abril.
"A morte de um homem não impede a luta de continuar" declarou Hollande.
O presidente Nicolas Sarkozy disse em um comunicado que Aubrac e os demais membros da Resistência foram "heróis das sombras que salvaram a honra da França, em uma época que esta parecia perdida".