Paciente cardíaco com doença grave teve uma
recuperação milagrosa. Os médicos removeram completamente o o coração
artificial que o manteve vivo por dois anos.
Pela primeira vez em Israel, os médicos no Hospital
Carmel, em Haifa, realizaram um procedimento raro para remover o coração
artificial de um paciente. A operação foi feita e o “segundo o coração”
de Haim Abuhazira começou a bater, dois anos depois de diagnosticado
com uma doença grave.
Abuhazira de 31 anos, residente em Netanya vem se
recuperando da cirurgia feita há duas semanas. Ele foi levado as pressas
para o hospital em 2010, após fortes dores no peito, operado e colocado
em uma lista de espera para um transplante de coração. Os médicos o
diagnosticaram com miocardite, uma infecção rara do músculo do coração
que leva à insuficiência cardíaca.
As tentativas para tratar a doença
com medicamentos não tiveram sucesso e quando a função cardíaca foi
reduzida para 10 por cento, os médicos decidiram implantar um LVAD (um
dispositivo de assistência ventricular esquerda - um aparelho mecânico
que substitui a função do coração, parcial ou totalmente), conhecido
popularmente como coração artificial.
Haim Abuhazira com os médicos Prof. Avot and Dr. Amir
"O coração artificial é implantado no tórax do
paciente ao longo do coração real ligado a dois tubos: um que liga para o
ventrículo esquerdo, a partir do qual o sangue é bombeado para o
dispositivo e dali para a aorta," explicou o Professor Dan Aravot, chefe
da unidade cardio-torácica do Hospital Carmel.
"Além disso, o implante é
ligado a uma fonte de alimentação externa por cabo, fornecendo a
energia para o motor do coração artificial rodando a 9.000 rotações,"
completou. "Foi uma época muito difícil para mim, cheio de dor e
sofrimento que afetou minha vida", lembra Abuhazira. "Eu tinha que tomar
banho de uma maneira que não danificasse os tubos externos”, disse.
Porém depois de dois anos, seu coração se recuperou
de tal forma que os médicos decidiram remover o implante. A cirurgia
rara e complicada durou 10 horas, sob a supervisão do Dr. Amir Ofer. "No
início, implantamos o coração artificial como um mediador. Então,
quando o coração começou a trabalhar novamente tivemos que decidir o
tipo de cirurgia que deveriamos fazer", contou o Prof Aravot.
"A cirurgia usual, nos poucos casos registrados ano
passado, fazia-se apenas uma incisão lateral deixando os tubos no corpo.
A desvantagem de deixar “corpos estranhos” no paciente é que eles podem
preencher com coágulos de sangue o que poderia levar à embolia e
infecção. No final, decidimos realizar remoção completa do dispositivo,
devido a idade do paciente e a extensão da sua recuperação."
Alguns meses atrás uma cirurgia semelhante foi
realizada na Faculdade de Medicina Rabin Center, em Petah Tikva, onde um
paciente com recuperação semelhante ao Abuhazira foi tratado, mas no
seu caso foi decidido remover apenas o dispositivo, deixando os tubos
devido as condições clinicas do paciente.