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Brasil é bem vindo no Oriente Médio, dizem EUA


O subsecretário de Estado americano, William Burns, saudou o Brasil nesta quinta-feira como "potência global emergente" e disse que a atuação do país é bem vinda em todos os "desafios globais", incluindo no Oriente Médio.

Segundo Burns, apesar de divergências passadas -- uma referência ao acordo sobre o programa nuclear iraniano rejeitado pelos EUA, em 2010 --, Washington reconhece "as vantagens de um Brasil atuante em busca de um objetivo comum: apoio a soluções regionais que promovam dignidade, progresso e oportunidades para todos os cidadãos da região -- seja no Egito, na Tunísia, na Líbia ou na Síria". O Irã não foi incluído na lista.

O segundo funcionário na hierarquia da diplomacia americana veio ao Brasil para preparar a visita da presidente Dilma Rousseff a Washington, em abril. No Rio, ele discursou na antiga Bolsa de Valores, hoje centro de convenções, e teve encontros fechados com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e com a presidente da Petrobras, Graça Foster. Nesta sexta (2), ele terá reuniões em Brasília.

Burns foi muito questionado pela plateia do discurso e por jornalistas sobre o cancelamento da licitação, vencida pela brasileira Embraer, para fornecer aviões de alerta antecipado Super Tucano que seriam usados pela Força Aérea americana no Afeganistão. O Itamaraty divulgou nota hoje afirmando que a decisão não contribui para o aprofundamento das relações entre os dois países em matéria de defesa.

Em seus pronunciamentos, no entanto, ele preferiu enfatizar as convergências com o Brasil. Disse que os EUA esperam aprofundar as parcerias em educação --no projeto "Ciência sem Fronteiras" lançado pelo governo Dilma--, em energia e inovação.

Seu discurso incluiu frases como: "Quando o Brasil fala, o mundo ouve com atenção"; "nunca houve um momento em que a contínua ascensão do Brasil como ator global tivesse maior importância para os EUA"; "a parceria Brasil-EUA é vital para o nosso sucesso e para a vitalidade em nosso país".

Burns também citou o Brasil como chave para a nova estratégia de defesa e política externa anunciada pelo governo de Barack Obama, em que a Ásia da segunda potência mundial, a China, é prioridade. "Vemos um continente americano democrático, integrado e economicamente vibrante como uma âncora estratégica para o Pacífico no século à nossa frente -- e o Brasil pode ser uma força fundamental para que isso aconteça."

CONSELHO DE SEGURANÇA

O subsecretário, no entanto, não apresentou posição diferente da expressada no ano passado por Obama sobre a candidatura brasileira a uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU. Lembrou que o presidente americano "reconheceu e saudou" a aspiração do Brasil, sem dar apoio explícito a ela, como fez com a Índia.

Burns também não quis falar sobre as divergências que permanecem em relação ao Irã --o Brasil acaba de pedir que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, se pronuncie sobre a legalidade das ameaças de ataque ao país persa. Preferiu, outra vez, dizer que os dois países "compartilham uma posição clara, contrária à proliferação de armas nucleares".

Ele também elogiou a participação brasileira na reunião de 70 países "amigos" da Síria realizada na semana passada na Tunísia e que terminou sem acordo --não houve consenso sobre a proposta da Arábia Saudita de que sejam fornecidas armas à oposição ao ditador Bashar Assad. Apesar de ter enviado representante à reunião, o Brasil criticou iniciativas dos fóruns das Nações Unidas.

PATAMAR SUPERIOR

Em seu discurso, o diplomata americano disse que as divergências bilaterais "devem ser enfrentadas de forma direta, franca e respeitosa". Mas afirmou que elas "perdem força" diante do que os dois países podem conseguir juntos. Burns enumerou razões pelas quais, segundo ele, o Brasil alcançou um patamar superior em importância para os EUA:

1) O fato de ser a 6ª economia do mundo e ao mesmo tempo uma democracia, provando que "democracia e desenvolvimento podem e devem andar de mãos dadas";
2) A descoberta das reservas petrolíferas do pré-sal, que podem tornar o país "a usina geradora de petróleo na América Latina e um grande exportador para os Estados Unidos";
3) Os investimentos brasileiros nos EUA, que vêm crescendo. "Poucos sabem que o Brasil investiu US$ 2,7 bilhões nos EUA em 2010 e que uma empresa brasileira é dona do Burger King";
4) O crescimento do número de brasileiros visitando os EUA. "Em apenas quatro meses, processamos mais de 365 mil vistos para não imigrantes --62% a mais em relação ao mesmo período um ano atrás".

Depois de Burns, virão ao Brasil nos dias 4 e 5 de março a subsecretária para Controle de Armas e Segurança Internacional, Rose E. Gottemoeller, e o secretário de Estado assistente para Segurança Internacional e Não Proliferação, Thomas M. Countryman. Eles discutirão a próxima Cúpula de Segurança Nuclear e questões de controle de armas, como a implementação do novo tratado Start, entre EUA e Rússia.

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