O chefe de governo da Faixa de Gaza, Ismail Haniyeh, afirmou neste sábado que o movimento islâmico palestino Hamas nunca reconhecerá Israel.
"A luta dos palestinos se prolongará até a libertação de toda a terra da Palestina e de Jerusalém e a volta dos refugiados palestinos para casa", afirmou o representante da organização, em discurso no aniversário da Revolução Islâmica no Irã.
O discurso foi autorizado por autoridades iranianas, em visita de Haniyeh ao país.
GOVERNO INTERINO
Na segunda (6), os grupos rivais Hamas e Fatah, as duas principais facções palestinas, concordaram em nomear o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, como chefe de um governo interino até que sejam realizadas eleições nos territórios palestinos.
As facções chegaram a um acordo nesta segunda-feira durante um encontro entre Abbas e o líder do Hamas, Khaled Meshaal, em Doha, no Qatar, para a formação de um governo de unidade na Cisjordânia e faixa de Gaza.
O acordo pode permitir a convocação de eleições legislativas e presidenciais nos próximos meses, indo de encontro com o acertado em abril do ano passado entre os líderes palestinos, que previa eleições em maio.
O anúncio foi feito de maneira conjunta nesta segunda-feira por Abbas, apoiado pelo Ocidente, e Mashaal. A decisão marca um importante passo na tentativa dos rivais para se reconciliarem, depois de mais de quatro anos de governos separados na Cisjordânia e em Gaza.
DIVERGÊNCIAS
Divergências sobre quem seria o chefe de um governo interino palestino havia adiado a implementação de um acordo de unidade, alcançado já no ano passado. Abbas assumiria o cargo de primeiro-ministro, em substituição a Salam Fayyad, que tem forte apoio do Ocidente.
Segundo a emissora britânica de TV BBC, a questão tem sido um dos principais obstáculos para a implementação do acordo de abril, mas agora já pode ser tarde demais para organizar as eleições até maio.
Como parte do acordo, um governo de unidade provisória deve se preparar para as eleições presidenciais e parlamentares.
Em dezembro do ano passado, os sinais de aproximação entre Hamas e Fatah irritou os israelenses. O porta-voz do primeiro-ministro de Israel, Benyamin Netanyahu, afirmou que o "Hamas não é uma organização política que se serve do terrorismo, mas sim um grupo que tem o terrorismo por vocação".