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Israelenses e palestinos se preparam para reunião em clima de pessimismo


TEL AVIV - Representantes de Israel e da Autoridade Palestina (AP) deverão se reunir nesta terça-feira, 3, na Jordânia, no primeiro encontro após mais de um ano de paralisia nas negociações bilaterais. No entanto, ambas as partes já manifestam pessimismo quanto às chances de um avanço significativo no processo de paz.

O encontro, que deverá ser realizado em Amã, é iniciativa do rei jordaniano Abdullah e deverá contar com a participação de representantes do Quarteto (Estados Unidos, ONU, União Europeia e Rússia) e do próprio governo jordaniano.

Israel será representado pelo enviado especial do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, Itzhak Molcho; e o lado palestino, por Saeb Erekat, chefe da equipe de negociações.

Oficiais de ambas as partes já manifestaram poucas expectativas quanto à possibilidade que o encontro destrave as negociações israelo-palestinas, paralisadas desde setembro de 2010, quando o governo de Israel se negou a prolongar a moratória da construção de assentamentos judaicos na Cisjordânia.

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, anunciou que não voltaria à mesa de negociações enquanto Israel não interrompesse a construção dos assentamentos. E Netanyahu, por sua vez, retrucou dizendo que estaria disposto a retomar o diálogo "sem condições previas".

Fronteiras e segurança

O Quarteto - principal intermediador das negociações entre israelenses e palestinos - estabeleceu um prazo até 26 de janeiro para que as partes apresentem, por escrito, suas posições acerca das fronteiras do futuro Estado Palestino e de questões de segurança.

No fim de novembro de 2011, Abbas entregou ao Quarteto um documento expondo a posição palestina. Porém, até hoje, o governo israelense não emitiu um documento semelhante, argumentando que deseja "negociações diretas".

Segundo a posição palestina, as fronteiras do futuro Estado Palestino devem ser estabelecidas de acordo com a linha anterior à guerra de 1967, na qual Israel ocupou a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e a parte oriental de Jerusalém.

De acordo com o documento, os palestinos estariam dispostos a trocar 1,9% dos territórios da Cisjordânia, nos quais se encontra parte dos assentamentos israelenses, por territórios israelenses semelhantes que seriam anexados ao Estado Palestino.

Os palestinos também concordariam com a presença de forças internacionais na fronteira entre o Estado Palestino e a Jordânia e se comprometeriam a não estabelecer alianças com países inimigos de Israel.

Embora não tenha apresentado sua posição por escrito, o governo israelense já deixou claro que rejeita a proposta palestina. O premiê Netanyahu declarou que as fronteiras de 1967 são "indefensáveis" e definiu Jerusalém como "capital eterna e indivisível" de Israel.

Ceticismo

O vice-primeiro ministro de Israel, Silvan Shalom, afirmou que o encontro desta terça em Amã é um "desdobramento positivo", mas acrescentou que não acredita que a reunião levará a resultados significativos. Para Shalom, "os palestinos irão a Amã somente para satisfazer o Quarteto e o rei Abdullah, mas não pretendem realmente retomar as negociações".

Para Saeb Erekat, a iniciativa do rei Abdullah tem o objetivo de levar Israel a "cumprir seus compromissos internacionais de acordo com o Mapa do Caminho" (plano de paz elaborado pelo Quarteto e aceito por Israel e a OLP).

Em comunicado divulgado às vésperas do encontro em Amã, Erekat exortou Israel a aproveitar essa oportunidade para cessar a construção de assentamentos e aceitar a solução de dois Estados nas fronteiras de 1967, "para que haja negociações significativas e confiáveis".
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