Premiê Benjamin Netanyahu tenta, com anúncio, se aproximar de parte dos eleitores, de olho nas primárias de terça-feira
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, encarregou um juiz da tarefa de criar uma equipe para estudar uma forma de legalizar retroativamente as colônias judias em território palestino construídas sobre terrenos privados. O juiz Edmon Levy redigirá um relatório avaliando as distintas ferramentas jurídicas que poderiam ser utilizadas para legalizar assentamentos que inclusive a legislação israelense considera ilegais (para a legislação internacional, todas as colônias em território ocupado são ilegais), informou o serviço de notícias israelense Ynet.
O chefe do Governo israelense tenta, dessa forma, se aproximar dos colonos, entre os quais há uma parte importante de seus eleitores. A realização de eleições primárias em seu partido, o direitista Likud, será na próxima terça-feira.
A decisão acontece em um momento de mal-estar entre essa comunidade com Netanyahu por seu anúncio de que cumprirá as ordenes do Tribunal Supremo e desmantelará o assentamento de Migrón, no norte da Cisjordânia. Na quarta-feira, o Parlamento israelense debaterá uma norma que propõe a legalização dos assentamentos construídos sobre terras particulares palestinas em troca de compensação aos proprietários.
O projeto de lei, apresentado por cerca de 20 deputados de diferentes partidos da direita e religiosos, entre eles vários do Likud, propõe a proibição de esvaziar assentamentos se os donos da terra não apelarem aos tribunais antes de transcorrer quatro anos desde sua ocupação pelos colonos.