O
intelectual Simon Levy, uma das grandes personalidades do judaísmo no
Marrocos, morreu na madrugada desta sexta-feira aos 77 anos, informou a
agência de notícias MAP.
Levy, que presidia a
Fundação do Patrimônio cultural judeu-marroquino, era um antissionista
declarado e a favor de que as comunidades judaicas fora de Israel não
emigrassem para o país.
Em várias de suas
entrevistas, Levy fazia questão de afirmar que os judeus estavam
estabelecidos no Marrocos há "mais de 2 mil anos", antes dos muçulmanos,
e faziam parte da identidade do país.
Apesar dos vínculos com o
Estado judeu e, particularmente, com a comunidade de judeus originários
do Marrocos, Levy não deixava de defender o direito dos palestinos de
terem um estado, e fazia constantes críticas às políticas adotadas pelo
governo israelense.
Por outro lado, seu
judaísmo "militante" e suas críticas ferozes aos movimentos islamitas
fizeram com que Levy sofresse inúmeras ameaças de morte.
Levy também marcou presença
na vida política e sindical do Marrocos, por meio da União Marroquina
do Trabalho e no Partido do Progresso e o Socialismo (PPS,
ex-comunista), do qual fez parte da direção.
Linguista e especialista no
dialeto árabe marroquino, Levy sempre sustentou que o patrimônio
linguístico hebraico, assim como o espanhol, tiveram uma grande
importância na formação da língua falada no Marrocos.