Líder do Hezbollah faz primeira aparição pública desde 2008

Líder do Hezbollah faz primeira aparição pública desde 2008

magal53
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O libanês Hassan Nasrallah, de 51 anos, líder do Hezbollah - organização e partido fundamentalista xiita sediado no Líbano -, foi até o sul de Beirute para um discurso. Foi a primeira aparição pública de Nasrallah desde 2008.

O líder subiu ao palanque durante a celebração da Ashura, tradicional festa xiita. A  Ashura é um evento do islamismo xiita que lembra o martírio do imã Hussein, neto de Maomé. O imã foi morto em 680 na batalha de Kerbala pela tropas do califa Yazid - ele teria sido decapitado e o corpo, mutilado.

Nasrallah não tem feito discursos ou concedido entrevistas pela TV desde que, em 2006, o Hezbollah acirrou a guerra com Israel.

Em Beirute, o líder fez um discurso rápido e, em seguida, circulou entre os seguidores pela rua.

"O mundo precisa nos ouvir. Por isso vim me juntar a vocês. Ninguém pode nos ameaçar", afirmou.

O líder do grupo libanês Hezbollah, cujos patrocinadores Síria e Irã estão no centro da tensão regional, disse que sua organização está construindo um arsenal.



Cercado de guarda-costas armados, Sayyed Hassan Nasrallah andou em meio a uma multidão de xiitas nos subúrbios ao sul de Beirute, o bastião do Hezbollah, e cumprimentou dezenas de milhares de simpatizantes, antes de desaparecer por alguns minutos para discursar por uma tela gigante.


O Hezbollah, que lutou uma guerra inconclusiva de 34 dias com Israel em 2006, vê problemas graves tanto para a Síria, onde uma repressão a manifestações contra o governo provocaram o aumento da violência, quanto para o Irã, cujo programa nuclear provocou sanções ocidentais e um isolamento crescente.


Nasrallah, que está escondido por medo de assassinato desde 2006, adotou um tom desafiador em seu discurso, não dando sinais de que os problemas de seus aliados estão afetando o Hezbollah, que tem uma facção armada e um movimento político.


"A cada dia que passa crescemos em número, nosso treinamento está melhorando, nos tornamos mais confiantes e nossas armas estão aumentando", disse. "Se alguém está apostando que nossas armas estão enferrujando, nós (dizemos que) não, nós substituímos nossas armas enferrujadas."


Nasrallah disse à multidão que sua aparição pública era uma mensagem aos que "acreditam que podem nos ameaçar".


Ele reiterou o apoio para o aliado sírio, o presidente Bashar al-Assad, e descreveu o seu governo como um "regime de resistência". Os oito meses de revolta contra o governo de Assad resultaram em cerca de 3.500 mortes, segundo estimativas da ONU.


O Hezbollah foi formado quase 30 anos atrás para confrontar a ocupação de Israel do sul do Líbano. A área de fronteira, inativa por mais de dois anos, foi sacudida na terça-feira passada quando um foguete foi disparado do sul do Líbano, danificando dois prédios no norte de Israel, mas ninguém assumiu a responsabilidade.


O Hezbollah acredita que o Ocidente está trabalhando para remodelar o Oriente Médio, substituindo Assad por um governante amigo de Israel e hostil ao grupo.


Já o Irã, outro patrocinador do Hezbollah, está sendo pressionado pelas sanções ocidentais por suspeitas de que seu programa nuclear tem por objetivo produzir armas atômicas, o que Teerã nega.

No início de novembro, Nasrallah gravou um discurso para comentar o momento conturbado do mundo árabe.



Nasrallah disse nesta em 11 de novembro que as ameaças de uma intervenção militar na Síria ou Irã escondem a derrota dos Estados Unidos no Iraque, mas advertiu que, se o ataque acontece, o conflito se estenderá por toda a região.


"Uma guerra contra Síria e Irã não se limitará apenas a esses países, mas se estenderá a outras partes da região", ressaltou Nasrallah por videoconferência durante uma cerimônia organizada por ocasião do Dia dos Mártires da Resistência, o braço armado de seu grupo.
Para o líder do grupo xiita, "os EUA querem sancionar Irã e Síria porque apoiaram a resistência no Iraque e seu povo", em uma guerra que segundo sua opinião perderam os americanos ao tirar suas tropas do país no final deste ano. "Os EUA, que foram derrotados no Iraque, não podem se retirar sob o fogo militar, mas midiático, que é atemorizar com uma guerra na região para cobrir o fracasso de sua retirada, que terá resultados estratégicos na região", acrescentou.


Nasrallah advertiu também sobre "as diferentes leituras que são feitas da situação na região", já que, na sua opinião, os regimes derrubados de Tunísia, Egito e Líbia eram aliados dos EUA. "Estas mudanças aumentarão o número de aliados do Irã e da Síria na região e aumentarão a pressão contra os EUA para que negocie com a República Islâmica", disse.


Em relação à Síria, Nasrallah também disse que os que fazem "apostas sobre a queda do regime (do presidente sírio) Bashar al Assad, sairão decepcionados". Por outro lado, descartou "a ideia de uma ofensiva inimiga (israelense) contra o Líbano, independentemente dos desenvolvimentos regionais".


"O Líbano já não é um país vulnerável, mas poderoso por seu povo, seu Exército e sua Resistência (Hezbollah) e capaz de se defender daqueles que tentam atacá-lo", continuou. Além disso, reiterou sua rejeição ao desarmamento de seu grupo, como pede a oposição, e a financiar o tribunal internacional que deve julgar os culpados do assassinato do ex-primeiro-ministro Rafik Hariri, do qual a corte acusou quatro membros do Hezbollah.


O Hezbollah, que atualmente lidera o governo libanês, é partidário dos regimes iraniano e sírio, aos quais lhe une a religião - o xiismo - e sua forte posição contra Israel.

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