GAZA, 27 Dez (Reuters) - Israel matou na terça-feira um militante ligado à Al Qaeda na Faixa de Gaza, acusando-o de envolvimento na preparação de atentados contra o Estado judeu a partir do vizinho Egito.
Um míssil, aparentemente disparado por uma aeronave, matou Abdallah Telbani e feriu dois outros homens em um riquixá motorizado, segundo fontes hospitalares e testemunhas.
Um segundo projétil atingiu um jipe em outro ponto da Cidade de Gaza, ferindo três ocupantes.
Telbani tinha contatos com um grupo salafista (seita islâmica ultraconservadora) leal à Al Qaeda, segundo pessoas que identificaram seu corpo.
Os salafistas têm recebido reforços de voluntários que se infiltram do Egito em Gaza. Eles contestam a liderança do grupo Hamas, que controla a Faixa de Gaza praticando um islamismo politicamente mais moderado.
Tanto o Hamas quanto os salafistas pregam a destruição de Israel, mas o Hamas diz que aceitaria uma trégua prolongada com o Estado judeu.
Militares israelenses confirmaram os dois bombardeios, dizendo que seus alvos eram ligados à "jihad global" - termo que Israel costuma empregar para se referir a afiliados da Al Qaeda.
Os ocupantes do jipe, segundo nota dos militares, tentaram realizar um ataque contra Israel a partir da península do Sinai (Egito). Os militantes foram acusados também de envolvimento no disparo de foguetes de Gaza contra Israel, e de colocarem bombas junto à cerca fronteiriça.
Uma fonte israelense de segurança disse que Telbani também se envolveu no suposto complô do Sinai. Israel está em alerta elevado contra tais ataques desde que oito cidadãos seus foram mortos numa incursão de militantes no sul do país, em agosto.
No domingo e na segunda-feira, palestinos dispararam dois foguetes de curto alcance a partir de Gaza, sem causar danos. Nenhuma facção assumiu a autoria do ataque.
Os salafistas são particularmente misteriosos a respeito de suas operações, e realizam funerais discretos para seus combatentes mortos. Um correspondente da Reuters que viu o corpo de Telbani no necrotério atestou que ele não usava a barba comprida e a túnica de estilo afegão que muitos salafistas costumam adotar.
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