
Alguns analistas dizem que Netanyahu está se preparando para a possibilidade de o presidente norte-americano, Barack Obama, com quem mantém uma relação com algumas diferenças, obter um segundo mandato em novembro, um ano antes da votação em Israel.
Livre dos interesses da campanha, Obama poderia então redobrar a pressão sobre o primeiro-ministro de direita para que Israel acomodasse os palestinos na pacificação, aprofundando a divisão política no país em detrimento do Likud, preveem analistas.
"Desejo anunciar que vou requisitar eleições em 31 de janeiro para a liderança do Likud e seu candidato para primeiro-ministro", disse Netanyahu a parlamentares da legenda na abertura de seu encontro semanal no Parlamento.
"Quero isso agora, não somente para economizar dinheiro para o partido, mas também para evitar angústia interna, para que nós, como o partido líder, possamos atacar as questões a nossa frente", disse.
Os partidários de Netanyahu dizem que ao fazer a votação sobre a liderança em 31 de janeiro, o partido pode reduzir os custos pegando carona em uma votação estabelecida para suas listas locais nesta data. A carta do Likud exige que a votação sobre a liderança do partido aconteça pelo menos seis meses antes das eleições nacionais.
"Sejamos honestos, ninguém realmente acredita que o primeiro-ministro, que afinal está fazendo as coisas correrem bem e tem amplo apoio no Likud, não será eleito", disse o ministro do Meio Ambiente, Gilad Erdan, do Likud, cujo comitê central deve ser convocado para autorizar a data.
Hanan Krystal, analista político da Rádio Israel, disse que Netanyahu provavelmente optará por antecipar a próxima eleição geral israelense, que deve acontecer em novembro de 2013, se Obama for o favorito para vencer os rivais republicanos na votação nos EUA.
"A eleição de Netanyahu em janeiro ou fevereiro para liderar o Likud permite que ele antecipe a eleição (geral) segundo as perspectivas de Obama, que são atualmente boas," disse, acrescentando que, se houver mudança de data, a eleição nacional seria provavelmente realizada em meados de 2012.
Uma autoridade do governo israelense disse que Netanyahu mantinha a data da eleição geral para novembro de 2013.