Negociações de paz diretas entre israelenses e palestinos foram suspensas um ano atrás, depois que Israel se recusou a ceder às exigências para cessar todas as construções nos assentamentos.
O grupo Peace Now (Paz Agora) disse que o plano foi aprovado no início desta semana por uma comissão municipal, que tinha dado o sinal verde para a construção no local, que se encontra na terra confiscada por Israel na guerra de 1967. Não houve comentário imediato do comitê sobre o relatório, mas os palestinos disseram acreditar que a notícia era verdadeira.
Os Estados Unidos têm tentado reiniciar as conversações, mas elas ainda estão presas na questão dos assentamentos. Os esforços ganharam nova urgência nas últimas semanas por causa de um pedido do presidente Mahmoud Abbas para que a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheça a independência palestina.
Washington ameaçou vetar o pedido, argumentando que um Estado palestino deve sair das negociações de paz, mas os palestinos dizem que a contínua construção de assentamentos israelenses prova que o processo de negociações está morto.
Novo bairro
O grupo Peace Now, que monitora de perto a atividade habitacional da cidade, disse que o plano criaria um bairro totalmente novo em uma área chamada "Givat Hamatos" ou "Colina do Avião" - nome de um jato de Israel que caiu no local na guerra de 1967.
O terreno encontra-se dentro dos limites expandidos de Jerusalém, que Israel anexou unilateralmente após a sua captura de território na guerra -- um movimento não reconhecido internacionalmente.
No mês passado, Israel anunciou um plano para expandir o assentamento suburbano Gilo, que fica perto de Givat Hamatos. Essa decisão foi muito criticada por países árabes e aliados ocidentais de Israel, que disseram que isso complicaria os esforços de paz. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rejeitou essas acusações e disse que Gilo era uma parte integrante de Jerusalém.
O grupo Peace Now afirmou que a construção em Givat Hamatos seria uma "virada de jogo", acrescentando que "o novo bairro vai completar o isolamento entre Belém e Jerusalém Oriental, e vai destruir qualquer possibilidade de uma solução territorial".
O grupo disse que os planos foram disponibilizados para análise pública e que salvo objeções, a construção poderia começar depois de 60 dias. Um atraso de alguns meses pode ocorrer se uma comissão ou um tribunal precisar ouvir eventuais objeções ao plano.