Sobre a Prece

Sobre a Prece

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Por Rabino Nissan Mindel no seu livro Minha Prece

O significado da prece

A palavra hebraica tefilĆ” Ć© geralmente traduzida para outros idiomas pelas palavras "prece" ou "oraĆ§Ć£o", mas esta nĆ£o Ć© uma traduĆ§Ć£o fiel, pois fazer uma prece significa pedir, suplicar, implorar e termos semelhantes, para os quais existem diversas palavras hebraicas que transmitem este sentido com maior precisĆ£o.

As preces cotidianas nĆ£o sĆ£o simples pedidos dirigidos a D'us para prover as necessidades do dia-a-dia e nada mais. Tais pedidos tambĆ©m sĆ£o incluĆ­dos nas oraƧƵes, mas na realidade as preces sĆ£o muito mais do que isso.

Por que rezamos?
A prece Ć© um mandamento de D'us. Ele ordenou que dirigĆ­ssemos nossas preces a Ele tĆ£o-somente. Em tempos de atribulaĆ§Ć£o devemos nos voltar para D'us em busca de ajuda; em tempos de bem-estar devemos expressar nossa gratidĆ£o; e quando tudo vai bem conosco devemos ainda orar a D'us, todos os dias, para que Ele continue a nos mostrar Sua benevolĆŖncia e nos conceda nossas necessidades.

Por que devemos orar a nosso Pai; nĆ£o sabe Ele melhor do que nĆ³s mesmos, quais sĆ£o nossas necessidades? NĆ£o Ć© D'us, pela Sua prĆ³pria natureza, bom e benevolente e sempre disposto a nos ajudar? Afinal de contas, os filhos nĆ£o "rezam" aos pais que os amam para que os alimentem, os vistam e os protejam; por que entĆ£o deverĆ­amos orar a D'us por estas coisas?

Como todos os outros mandamentos que D'us nos ordenou cumprir, nĆ£o por Ele, mas por nĆ³s, Ele nos mandou orar a Ele pelo nosso bem. D'us nĆ£o precisa de nossas preces, mas nĆ³s nĆ£o podemos ficar sem elas. Ɖ bom para nĆ³s mesmos reconhecer nossa dependĆŖncia de D'us para a vida: a saĆŗde, o pĆ£o de cada dia e o bem-estar em geral. Devemos fazĆŖ-lo todos os dias e repetidamente. Devemos recordar frequentemente de que nossa vida e felicidade sĆ£o um presente do Criador misericordioso. D'us nĆ£o nos deve nada; no entanto, Ele nos dĆ” tudo.

Devemos tentar agir da mesma forma em relaĆ§Ć£o aos nossos semelhantes; ajudĆ”-los com amor e sinceridade. Devemos expressar nossa gratidĆ£o a D'us, nĆ£o com palavras apenas, mas atravĆ©s de atos, obedecendo Seus mandamentos e seguindo Sua orientaĆ§Ć£o atravĆ©s da TorĆ” e do cumprimento das mitsvot, preceitos.

Mesmo em tempos de tribulaĆ§Ć£o nĆ£o desesperaremos, pois sabemos que, de alguma forma, o que quer que nos aconteƧa Ć© para o nosso bem, em forma de uma bĆŖnĆ§Ć£o disfarƧada.

A escada
Nossos sĆ”bios declaram que a escada que o Patriarca Yaacov (JacĆ³) viu em sonho, com anjos de D'us "subindo e descendo por ela", era tambĆ©m o sĆ­mbolo da oraĆ§Ć£o. Uma escada que "se apoiava na Terra e alcanƧava o CĆ©u", significa que D'us mostrou a Yaacov que a prece Ć© como uma escada que liga a Terra ao CĆ©u, o ser humano a D'us.

As significativas palavras da prece e as boas resoluƧƵes que evoca sĆ£o transformadas em anjos que sobem a D'us que, por Sua vez, envia anjos com bĆŖnĆ§Ć£os de volta. Ɖ por isto que Yaacov viu no seu sonho anjos que "subiam e desciam", embora fosse de esperar que anjos descessem primeiro para depois subir.

"Por que oramos?" Ć© apenas o primeiro degrau da "escada" da prece. Num nĆ­vel mais alto, a oraĆ§Ć£o tem a ver com assuntos mais elevados do que as necessidades materiais de todos os dias.

A palavra hebraica tefilĆ” deriva do verbo palel (julgar). Usamos o verbo reflexivo lehitpalel (orar) que significa tambĆ©m se auto-julgar. Assim, a hora da prece tambĆ©m Ć© a hora do auto-julgamento e da auto-avaliaĆ§Ć£o.

Se a pessoa se dirige a D'us e pede Suas bĆŖnĆ§Ć£os, tem inevitavelmente, de perscrutar seu coraĆ§Ć£o e se examinar para verificar em que altura estĆ” dos padrƵes de conduta que D'us prescreveu para o homem.

Enfatizamos nas preces a infinita bondade e misericĆ³rdia de D'us e oramos a Ele que conceda os desejos do nosso coraĆ§Ć£o, nĆ£o porque o mereƧamos, mas apesar de nĆ£o o merecermos.

AvodƔ - ServiƧo
Num nĆ­vel ainda mais elevado, a prece se torna avodĆ” (serviƧo). A TorĆ” nos ordena "servir a D'us com o coraĆ§Ć£o" e nossos sĆ”bios questionam: "Que espĆ©cie de serviƧo Ć© o 'serviƧo do coraĆ§Ć£o'?" E respondem: "Ɖ a prece." Neste sentido, a prece significa a purificaĆ§Ć£o do coraĆ§Ć£o e de nossa natureza.

O sentido simples de avodĆ” Ć© trabalho. Trabalhamos com material cru e o convertemos em produto refinado e acabado. Removemos as impurezas e o transformamos em algo Ćŗtil ou belo. Do mesmo modo, cada judeu estĆ” cheio de maravilhosos tesouros de carĆ”ter como recato, bondade e outros traƧos positivos naturais. Mas, Ć s vezes, estĆ£o soterrados e cobertos por "solo" e "poeira" que devem ser removidos.

Falamos de uma pessoa de bom carĆ”ter como "refinada" ou de carĆ”ter "refinado". Implica em um grande esforƧo superar coisas como orgulho, ira, ciĆŗmes e traƧos negativos semelhantes. TefilĆ”, no sentido de avodĆ”, Ć© a refinaria na qual as impurezas de carĆ”ter sĆ£o removidas. Estes maus traƧos de carĆ”ter provĆŖm da alma animalesca do homem e sĆ£o naturais a ela. Mas somos dotados de uma alma Divina que Ć© uma centelha da prĆ³pria Divindade e o repositĆ³rio de todas as maravilhosas qualidades que tornam o homem superior aos animais.

Durante a prece, a alma Divina fala a D'us e atĆ© a alma animal se enche de santidade. Tornamo-nos cientes das coisas que sĆ£o verdadeiramente importantes.

Mesmo quando oramos por vida, saĆŗde e sustento, pensamos nestas coisas no seu sentido mais profundo: uma vida digna de ser chamada vida; saĆŗde nĆ£o sĆ³ fĆ­sica, mas sobretudo espiritual; sustento, aquilo que realmente nos sustenta neste mundo e no Vindouro: a TorĆ” e mitsvot.

TefilĆ” - LigaĆ§Ć£o
O nĆ­vel mais alto na "escada" da prece Ć© alcanƧado quando ficamos tĆ£o inspirados a ponto de nĆ£o desejar mais nada a nĆ£o ser o sentimento de ligaĆ§Ć£o com D'us. Neste nĆ­vel, tefilĆ” se relaciona ao verbo usado na MishnĆ” (codificaĆ§Ć£o da Lei Oral), tofel, (ligar, juntar).

Nossa alma Ć© uma parte da Divindade e por isso almeja ser reunida e reabsorvida pela Divindade, assim como uma pequena chama Ć© absorvida quando colocada perto de uma chama maior. Podemos nĆ£o nos dar conta deste desejo de ligaĆ§Ć£o, mas nĆ£o obstante ele existe.

Na verdade, a alma Ć© "a vela de D'us". A chama de uma vela Ć© inquieta e tenta subir, como que procurasse se arrancar do pavio e do corpo da vela, pois tal Ć© a natureza do fogo: forcejar para o alto. A alma tambĆ©m se dirige para o alto como a chama de uma vela. Tal Ć© a sua natureza, quer estejamos cientes disto ou nĆ£o.

Esta Ć© tambĆ©m uma das razƵes por que um judeu balanƧa o corpo involuntariamente quando reza, pois a prece Ć© o meio pelo qual nos ligamos a D'us, com uma profunda ligaĆ§Ć£o de "espĆ­rito para espĆ­rito" e, ao fazer isto, a alma, como que se eleva para o alto para se reunir com D'us.

A prece Ć© como uma escada de muitos degraus. Para chegar ao topo Ć© preciso comeƧar em baixo e ir subindo com perseveranƧa. Para sermos capazes disto, as preces foram profeticamente compostas por profetas e sĆ”bios da antiguidade e organizadas tambĆ©m como uma escada, guiando-nos gradativa e firmemente para uma inspiraĆ§Ć£o e elevaĆ§Ć£o cada vez maior e mais significativa.

Origem das preces
A Lei Judaica nos orienta sobre o dever de orar trĆŖs vezes ao dia: de manhĆ£, Ć  tarde e apĆ³s o anoitecer chamadas Shacharit (Matinal), MinchĆ” (Vespertina) e Arvit (Noturna).

Nossos sĆ”bios nos contam que o costume de orar trĆŖs vezes ao dia foi originalmente introduzido pelos Patriarcas: Avraham (a Prece da ManhĆ£), Yitschac (a Prece da Tarde) e Yaacov (a Prece da Noite).

NĆ³s, os filhos de Avraham, Yitschac e Yaacov, herdamos trĆŖs qualidades de nossos Patriarcas, respectivamente: a bondade e amor com que se distinguiu Avraham; justiƧa e reverĆŖncia de Yitschac e virtude da verdade e misericĆ³rdia de Yaacov. Isto nos capacita a servir a D'us e dirigir-Lhe as preces com amor, temor (reverĆŖncia) e misericĆ³rdia.

Quando a TorĆ” nos foi outorgada no Monte Sinai, um modo de vida foi para nĆ³s estabelecido por D'us. TorĆ” quer dizer "ensinamento", "instruĆ§Ć£o", "orientaĆ§Ć£o". A TorĆ” nos ensina como devemos viver em cada momento e detalhe da nossa vida. Ela contĆ©m 613 mandamentos. Entre eles estĆ” o mandamento de "servir a D'us com todo nosso coraĆ§Ć£o e toda a nossa alma". Como Ć© que servimos a D'us com o nosso coraĆ§Ć£o? Elevando nossas preces, rezamos, tememos e amamos D'us.

Durante os primeiros mil anos, mais ou menos, desde o tempo de MoshĆŖ (MoisĆ©s), nĆ£o existia uma ordem estabelecida para as oraƧƵes. Cada pessoa tinha a obrigaĆ§Ć£o de orar a D'us todos os dias, mas a forma da prece e quantas vezes por dia deveria rezar, ficava a critĆ©rio de cada um.

Existia entretanto uma ordem de serviƧo estabelecida no Templo Sagrado ligada aos sacrifĆ­cios diĆ”rios de manhĆ£ e ao entardecer, enquanto que o sacrifĆ­cio da tarde se estendia pela noite adentro. Nos dias especiais, como Shabat, Rosh Chodesh (o primeiro dia do mĆŖs) e Yom Tov (Festas Judaicas), havia tambĆ©m sacrifĆ­cios de Mussaf (adicionais). Desta forma, talvez fosse costume que alguns judeus orassem trĆŖs vezes ao dia, a sua prĆ³pria maneira, de manhĆ£, ao entardecer e Ć  noite. O rei David, por exemplo, declarou que rezava trĆŖs vezes ao dia. O profeta Daniel (na BabilĆ“nia) tambĆ©m orava trĆŖs vezes por dia, com a face voltada a JerusalĆ©m.

Depois que o Templo Sagrado foi destruĆ­do e os judeus levados ao cativeiro na BabilĆ“nia, continuaram a se reunir e orar em congregaĆ§Ć£o. Mas durante os anos do exĆ­lio, faltou Ć s crianƧas, que nasceram e se criaram na BabilĆ“nia, um conhecimento adequado da lĆ­ngua hebraica e falavam um idioma misto. Por isso, quando os judeus voltaram a sua pĆ”tria, apĆ³s setenta anos de exĆ­lio, Ezra, O Escriba, junto com os homens da Grande AssemblĆ©ia, formada por cento e vinte profetas e sĆ”bios, fixaram os textos das preces cotidianas entre as quais a AmidĆ”, composta por dezoito bĆŖnĆ§Ć£os, e estabeleceram como instituiĆ§Ć£o permanente e norma da vida judaica o dever de recitar esta prece trĆŖs vezes ao dia.

Desta forma, as partes principais das preces diĆ”rias foram formuladas pelos nossos sĆ”bios incluindo o ShemĆ” e a AmidĆ”, que ainda continuam sendo as partes principais das preces da manhĆ£ e da noite, enquanto a AmidĆ” Ć© a parte principal tambĆ©m do serviƧo de MinchĆ”.

O CĆ¢ntico do Dia (de Tehilim, Salmos) entoado pelos leviyim (levitas) no Bet Hamicdash, Templo Sagrado, tornou-se parte da oraĆ§Ć£o matinal. Outros Salmos de David foram incluĆ­dos no serviƧo da manhĆ£ e bĆŖnĆ§Ć£os especiais foram acrescentadas antes e depois do ShemĆ”.

Ao tempo em que a MishnĆ” foi registrada por escrito por Rabi YehudĆ” o PrĆ­ncipe (por volta do ano 3910 da CriaĆ§Ć£o - uns 500 anos depois de Ezra), especialmente ao tempo em que o Talmud foi concluĆ­do (uns 300 anos depois, ou cerca de 1500 anos atrĆ”s), a ordem bĆ”sica das nossas preces, tal como as conhecemos agora, estava formulada.

O sidur
O sidur Ć© o nosso livro de oraƧƵes tradicional, contendo as trĆŖs preces diĆ”rias e tambĆ©m as de Shabat, Rosh ChĆ“desh e Yom Tov. Sidur significa ordem, pois no sidur encontramos as oraƧƵes na sua ordem apropriada e prĆ©-fixada. Ɓs vezes, por questĆ£o de conveniĆŖncia, as oraƧƵes de Shabat e de Rosh ChĆ“desh podem ser impressas em um volume Ć  parte. As preces de Rosh HashanĆ” e Yom Kipur sĆ£o geralmente impressas em volumes separados chamados Machzor (ciclo). ƀs vezes, as preces para as TrĆŖs Festas de PeregrinaĆ§Ć£o - PĆŖssach, Shavuot e Sucot - tambĆ©m sĆ£o impressas em volumes separados.

O mais antigo sidur que chegou atĆ© nĆ³s Ć© de Rav Amram Gaon, chefe da YeshivĆ” de Sura, na BabilĆ“nia, cerca de 1100 anos atrĆ”s. Ele o preparara atendendo ao pedido dos judeus de Barcelona, Espanha. Este sidur contĆ©m a ordem das oraƧƵes para o ano inteiro, incluindo algumas leis referentes Ć s preces e costumes. Foi copiado e usado nĆ£o sĆ³ pelos judeus da Espanha, mas tambĆ©m da FranƧa e da Alemanha. E foi de fato o livro padrĆ£o de oraƧƵes para todas as comunidades judaicas. O SĆŖder Rav Amram Gaon permaneceu em forma manuscrita durante cerca de mil anos atĆ© que foi impresso, pela primeira vez, em VarsĆ³via, em 1865.

Rav SaadyƔ Gaon, que foi chefe da YeshivƔ de Sura, menos de cem anos depois de Rav Amram Gaon, organizou um sidur para os judeus dos paƭses Ɣrabes com explicaƧƵes e instruƧƵes em Ɣrabe.

O Rambam (Rabi MoshĆŖ ben Maimon - MaimĆ“nides) em seu famoso livro MishnĆŖ TorĆ”, CĆ³digo da Lei Judaica, tambĆ©m preparou a ordem das preces para o ano inteiro, inclusive a HagadĆ” de PĆŖssach.

Mais um dos sidurim antigos Ć© o Machzor Vitri, composto por Rabi SimchĆ” Vitri, um discĆ­pulo de Rashi, um dos maiores e mais consagrados comentaristas, e completado no ano 1208.

Nussach - Costume
O nussach, texto ou forma, Ć© as vezes usado no sentido de costume ou rito. Ao abrirmos um sidur, encontraremos na primeira pĆ”gina uma indicaĆ§Ć£o sobre a qual nussach ele pertence: Nussach Sefarad (espanhol), Ashkenaz (alemĆ£o), Polin (polonĆŖs), Nussach Ari (organizado de acordo com Rabi Yitschac Luria), etc.

Deve-se compreender que em todos estes diversos sidurim o corpo principal das preces Ʃ o mesmo, mas hƔ certas diferenƧas na ordem de algumas oraƧƵes, pequenas modificaƧƵes tambƩm no texto de algumas.

De acordo com a explicaĆ§Ć£o do Maguid de Mezritsh (discĆ­pulo e sucessor do BĆ”al Shem Tov), existem ao todo treze costumes. Cada um representa um grupo ou portal. O Rabi Yitschac Luria compĆ“s um nussach de portal geral, atravĆ©s do qual qualquer judeu pode entrar e chegar Ć  presenƧa de D'us.

O primeiro sidur impresso foi o Nussach Romi (dos judeus italianos) em Soncino (ItĆ”lia) em 1486. O primeiro sidur Nussach Ashkenaz foi impresso em Praga em 1513 (e a segunda parte em 1516) e o primeiro Nussach Sefarad em Veneza, em 1524. Com o passar do tempo outros sidurim foram impressos de acordo com os costumes poloneses, romenos, balcĆ¢nicos e de outros paĆ­ses.

Quando Rabi Yitschac Luria organizou o sidur de acordo com a CabalĆ”, muitas comunidades o adotaram e uma nova sĆ©rie de Sidurim Nussach Ari foi impressa. Os impressores nem sempre eram bastante cuidadosos com a impressĆ£o e, nĆ£o raro, aconteciam erros. Finalmente, o ilustre Rabi Shneur Zalman de Liadi, talmudista e cabalista, examinou cerca de sessenta sidurim diferentes e recompĆ“s um nussach de acordo com o Nussach Ari original, que ficou conhecido como Nussach Chabad.

Qualquer que seja o nussach tradicional seguido, Ʃ sagrado e aceitƔvel por D'us.

O importante Ć© rezar com devoĆ§Ć£o, amor, reverĆŖncia e misericĆ³rdia.

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