Gaza, 30 set
(EFE).- O primeiro-ministro do Governo do Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh,
afirmou nesta sexta-feira que o movimento islâmico não aceitará um
Estado palestino que faça "concessões em relação à terra histórica da
Palestina", mesmo se houver um consenso internacional.
"Apoiamos o estabelecimento de um Estado palestino independente, mas
sem reconhecer Israel como Estado e sem conceder uma só polegada da
terra inteira da Palestina", disse Haniyeh perante os fiéis em uma
mesquita da Cidade de Gaza durante a oração muçulmana da sexta-feira.
O movimento islamita, que governa a Faixa de Gaza, se opôs ao pedido à
ONU do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud
Abbas, para o reconhecimento como Estado com as fronteiras de 1967.
De acordo com seus dirigentes, o estabelecimento de um Estado nas
fronteiras de 1967 representa uma concessão da terra histórica da
Palestina.
"Nunca faremos concessões nos legítimos direitos de nosso povo,
principalmente o direito dos refugiados a retornar às suas terras e
casas que foram obrigados a abandonar", ressaltou.
Haniyeh criticou a "ação unilateral" de Abbas de comparecer à ONU
"sem estabelecer nenhuma coordenação" com o Hamas ou com outras forças
opositoras palestinas.
"As ações baseadas em evitar a coordenação com as lideranças do povo
palestino e não vinculadas às dimensões estratégicas dos direitos
palestinos, serão inúteis e danosas", comentou. EFE