por Hal Lindsey
Há uma história tradicional com relação a um agitado Frederico o Grande que, em frustração, exigiu de seus ministros que alguém lhe desse prova da existência de Deus. Houve um silêncio momentâneo antes que um de seus conselheiros abrisse a boca: “Vossa Majestade já considerou os judeus?” perguntou ele.
A contínua existência dos judeus é prova clara da existência de Deus, exatamente como a existência de um Estado judaico é prova clara de que estamos vivendo nos últimos dias de governo humano, conforme prediziam os profetas bíblicos da antigüidade.
Há três declarações distintas feitas dentro da promessa de bênção que Deus deu aos descendentes de Abraão, Isaque e Jacó.
A primeira é que Deus abençoará aqueles que abençoam os judeus.
Os Estados Unidos se tornaram a primeira nação do mundo a conceder plena cidadania aos judeus.
Os Estados Unidos foram a primeira nação a permitir que os judeus tivessem total direito de votar, e foram a primeira nação a reconhecer a bênção incomparável que o povo judeu tem sido para a humanidade.
O segundo presidente dos EUA, John Adams, disse: “Os judeus fizeram mais para civilizar os homens do que qualquer outra nação. Eles são a nação mais gloriosa que já habitou a terra. Os romanos e seu império eram só quinquilharia em comparação com os judeus. Os judeus é quem deram religião a três quartos do mundo e influenciaram a humanidade com mais bênçãos do que qualquer outra nação, antiga ou moderna”.
E nenhuma nação na face da terra hoje, ou em qualquer tempo da história registrada, recebeu bênçãos maiores do que os Estados Unidos.
A segunda declaração é que Deus prometeu que por meio dos judeus “todas as famílias da terra serão abençoadas”.
Sem os judeus, não haveria Bíblia alguma. Jesus veio ao mundo como judeu. Sem o Jesus judeu, não haveria nenhum Cristianismo.
Deixando de fora a questão teológica, uma olhada rápida nos últimos cem e tantos anos prova que a promessa não está confinada apenas às bênçãos religiosas.
De 1901 a 2001, os 6 bilhões de pessoas do mundo competiram pelos escassos 844 Prêmios Nobel que têm sido concedidos. Desses 6 bilhões de pessoas, aproximadamente 2 bilhões são muçulmanos — por volta de 20 por cento da população global.
Desses 2 bilhões de muçulmanos, oito foram selecionados para receber o Prêmio Nobel — (sete se considerarmos que um deles foi uma premiação politicamente motivada dada de modo errado a Yasser Arafat, um terrorista que nunca se arrependeu).
Em qualquer caso, os muçulmanos representam menos de 1 por cento dos Prêmios Nobel totais dados nos últimos cem anos.
Na metade do século 20, os nazistas exterminaram uns 6 milhões de judeus, mais da metade da população judaica do mundo. Restam hoje aproximadamente 14 milhões de judeus.
Mesmo com metade dos judeus exterminados na metade do século passado, 159 dos restantes 836 Prêmios Nobel foram dados para judeus, ou aproximadamente 18.8 por cento de todos os Prêmios Nobel dados na história do Nobel.
(Se você está acompanhando, esse número é 20 vezes tantos prêmios divididos entre 14 milhões de judeus do que foram repartidos pelos 2 bilhões de muçulmanos no mundo inteiro.)
Nos EUA, a influência dos judeus americanos é imensamente desproporcional aos seus números. Os adeptos de teorias de conspiração apontam sombriamente para a “influência judaica” na educação, sistema bancário, direito, medicina, governo, meios de comunicação e entretenimento como evidência de uma conspiração judaica para controlar o mundo.
Eles com precisão chamam a atenção para o fato de que os judeus americanos representam menos de 2 por cento da população geral dos EUA, mas então tiram suas conclusões sem o benefício do discernimento das Escrituras.
A “influência judaica” na vida americana é parte da bênção de Deus sobre os EUA — a ficção da “conspiração judaica” dada a eles em recompensa é parte da maldição de Deus sobre Israel.
“Então os arrancarei da minha terra que lhes dei, e lançarei da minha presença esta casa que consagrei ao meu nome, e farei com que seja por provérbio e motejo entre todos os povos”. (2 Crônicas 7:20)
A maldição foi parcialmente removida em 1948, mas não será totalmente tirada até o fim do Período da Tribulação.
“E há de suceder, ó casa de Judá, e casa de Israel, que, assim como fostes uma maldição entre os gentios, assim vos salvarei, e sereis uma bênção; não temais, esforcem-se as vossas mãos”. (Zacarias 8:13)
Os judeus retornaram para sua terra, mas eles permanecem “por pasmo, por ditado e por fábula entre todos os povos” até hoje.
Finalmente, Deus prometeu que Ele “amaldiçoaria os que amaldiçoassem os judeus”. A precisão com que Deus guardou essa promessa é nada menos do que impressionante.
Durante as Cruzadas de 1095 a 1270, os judeus do Sul da Europa fugiram para a Espanha, Inglaterra, Escandinávia e Europa Oriental como conseqüência de intensa perseguição e massacres de judeus em grande escala.
A Inglaterra acabou demonstrando ser o lugar errado para ir, pois em 1290 o rei Edward I expulsou os judeus. O rei Charles II fez a mesma coisa em 1394, obrigando todos os judeus a deixar a França. O que é interessante é que os judeus encontraram paz e segurança na Espanha e Portugal enquanto esses países estavam sob governos muçulmanos.
Nesse ponto da história, a Europa estava arrebentada, ignorante e em constante tumulto, enquanto o mesmo período de tempo é conhecido na história como a Era de Ouro do Islamismo.
Os mouros [muçulmanos da África que haviam conquistado a Espanha e Portugal] eram mundialmente famosos por seus conhecimentos de astronomia, medicina e ciência, e o mundo islâmico se gabava das bibliotecas mais abrangentes que já haviam existido até aquele tempo.
Nos anos de 1400, os mouros foram expulsos da Espanha pelos exércitos europeus do papa. Em 1492, no mesmo dia em que Colombo navegou para o Novo Mundo, a Espanha expulsou todos os judeus não convertidos que haviam sobrevivido à Inquisição espanhola. Nessa época eles fugiram de novo para a Inglaterra, onde a Reforma protestante agora os acolheu.
O império mundial da Espanha durou menos de um século depois que os espanhóis expulsaram os judeus. No lugar do império espanhol, se levantou o Império Britânico, que era amigo dos judeus, cuja extensão alcançava os quatro cantos do mundo. Em 1917, os britânicos capturaram a Palestina dos muçulmanos. O governo britânico ofereceu aos judeus uma pátria por meio da Declaração Balfour, e um ano depois, a Inglaterra ganhou a 1ª Guerra Mundial.
Depois da guerra, os britânicos quebraram a maior parte de suas promessas aos judeus, restringiram a imigração dos judeus para a Terra Prometida, e desde então os ingleses estão dando as costas aos judeus que lhes trouxeram tão grandes bênçãos por mais de 300 anos.
O Império Britânico alcançava o mundo inteiro em 1900, mas em 1948 tinha perdido sua última colônia quando Burma declarou independência, e o Império Britânico virou poeira.
Em 1933, a Alemanha estava entre as nações mais civilizadas e sofisticadas da Europa. A velha Berlim era o lugar mais famoso, moderno e belo da Europa. Os nazistas se voltaram contra os judeus, junto com a maioria da Europa Oriental, e 12 anos depois, a bela Berlim havia se transformado em pilhas de entulho e chamas.
O mundo árabe, que havia sido tão abençoado durante a Era de Ouro, se desmoronou, estagnando em sua atual situação, onde a maior parte das populações muçulmanas vive na pobreza.
Os muçulmanos árabes apoiaram Hitler, se opuseram à imigração dos judeus para a Terra Prometida, travaram repetidas guerras contra Israel, negaram a Israel o território que por direito é dos judeus, e agora armam uma guerra santa mundial para finalizar a meta de Hitler de exterminar totalmente os judeus. A natureza retrógrada da moderna cultura e sociedade islâmica é fruto desses esforços.
Historicamente, todos os países que acolheram os judeus floresceram e prosperaram. Todas as nações que perseguiram os judeus tiveram dificuldades.
É mais do que coincidência. É um padrão histórico identificável que tem continuado, sem desvio, desde a época do cativeiro dos judeus na Babilônia.
Babilônia prosperou quando seus judeus prosperaram, porém caiu diante dos persas quando Nabopolassar se voltou contra eles. A Pérsia prosperou até se voltar contra os judeus, sendo em seguida derrotada por Alexandre o Grande, da Grécia. E assim vai, em toda a história, até hoje, onde a ONU, que é radicalmente contra os judeus, está para sofrer colapso iminente.
A Palavra de Deus é verdadeira, e as profecias da Bíblia são sempre 100 por cento precisas. Jesus disse que antes de Ele voltar, TODAS as profecias da Bíblia se cumpririam — nos mínimos detalhes.
Ao investigar a história de Israel desde Babilônia até hoje, vemos o detalhe incrível com que Deus guarda Sua Palavra. Embora os EUA continuem a ser o principal protetor de Israel, e continuem a gozar bênçãos relacionadas que acompanham Israel, a boa sorte dos EUA começou a mudar na mesma época em que a Casa Branca forçou Israel a entrar no Acordo de Oslo.
A fórmula “terra em troca de paz” exigia que Israel entregasse partes da Terra Prometida em troca de paz. Em outras palavras, foi uma espécie de chantagem cujos termos foram elaborados em Washington e impostos sobre Israel com o objetivo expresso de desfazer o que Deus já havia feito, inclusive dividir Jerusalém e tirar parte dela das mãos dos judeus.
“E acontecerá naquele dia que farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos; todos os que a carregarem certamente serão despedaçados; e ajuntar-se-ão contra ela todo o povo da terra”. (Zacarias 12:3)
É claro que as pessoas podem negar conexões bíblicas nesse assunto, mas a dura realidade marcha com a crescente sombra agora caindo em toda a sociedade global. Agora chegou a vez de os EUA descobrirem exatamente como Deus leva a sério a questão toda de “bênção e maldição”.
E quando chegar a hora em que as circunstâncias difíceis forçarem os EUA a reconhecerem o perigo que enfrentam, será tarde demais para fazer alguma coisa para afetar o resultado.
“Assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei”. (Isaías 55:11)
Traduzido e adaptado por Julio Severo: www.juliosevero.com.b