Memórias falsas plantadas em sua mente por causa da pressão social são tão fortes que poderiam enganar até um detector de mentiras, segundo uma pesquisa israelense.
Cientistas do Instituto Weizmann estão trabalhando em parceria com colegas da University College London e mostraram como é fácil plantar uma memória falsa usando a pressão social. Micah Edelson, do Instituto Weizmann diz: “Humanos são animais sociais. É importante saber se o que você se lembra é verdade. Eu sou a minha memória. É particularmente importante quando temos que lembrar um crime ou dicidir um voto”. O experimento conduzido em Israel e analisado em Londres, mostra um padrão único de atividade cerebral quando falsas memórias são formadas.
Voluntários em pequenos grupos assistiram a um documentário e depois realizaram um teste de memória sobre o filme. Em seguida, refizeram o teste enquanto suas mentes eram escaneadas, mas tiveram contato com uma lista de respostas para as questões do teste que supostamente haviam sido escritas por pessoas do seu grupo, incluindo respostas falsas. Em quase 70% do tempo, os participantes conformaram suas respostas com as do grupo. Quando fizeram um último teste, sendo avisados que as respostas tinham sido geradas por um computador, alguns participantes ainda confiavam plenamente na resposta falsa.
A pesquisa mostrou que duas áreas do cérebro ligadas à memória e emoção se destacaram no escaneamento quando as pessoas mudavam suas respostas para combinar com as dadas pelo seu grupo social. “Eu ainda especulo que por crer piamente na memória falsa, uma pessoa poderia passar um detector de mentiras facilmente. È neurologicamente possível que a memória de uma testemunha realmente mude sob pressão social”, diz Micah Edelson.
“Na Inglaterra, o político Peter Hain foi acusado de roubo à banco quando alguns alunos o viram entrando em seu carro logo após o assalto. Um deles achou que o ladrão era ele e o resto do grupo concordou. Isso pode acontecer também na política. Existe muita influencia social em fazer as pessoas se lembrarem de como era “na época de Tony Blair” ou “na época de Margareth Thatcher” – essas memórias não são suas na verdade. Mas podem influenciar seu voto”, completa Edelson.
Fonte: The Jewish Chronicle Online / Consulado de Israel em SP