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Não subestime a deslegitimação de Israel




Por Michael Herzog*

Tradução de Victor Grinbaum

Os 63 anos de existência de Israel tem sido permeados de desafios militares e pontuados por inúmeros ataques terroristas. Até agora Israel tem prevalecido. Mas seus inimigos voltaram-se para um novo front: os ataques à sua legitimidade como Estado independente. Esta é uma batalha complexa e perigosa. Iniciativas de boicote a Israel ou aos israelenses, processos jurídicos internacionais contra empresas e cidadãos por "crimes de guerra" etc são cada vez mais constantes. A internet está inundada de páginas que atacam Israel e milhões de pessoas acessam este material diariamente.

Mas onde fica o limite entre a deslegitimação e a crítica legítima? Essencialmente, a fronteira está na rejeição de Israel como a nação legítima do povo judeu. No entanto, mesmo essa definição não é exata, já que uma parcela significativa da campanha internacional de deslegitimação não se expressa na rejeição pura e simples, mas faz isso de maneiras mais sutis e sofisticadas. Normalmente a coisa começa com uma crítica legítima, que é então expandida para retratar Israel como uma entidade intrinsecamente imoral desde seu nascimento e em sua essência e caráter.

O desafio para aqueles que tentam lidar com esta questão é tentar limpar a "zona cinzenta" em que a crítica legítima e a deslegitimação se fundem. Este não é um desafio simples, tendo em conta a enorme massa de críticos. Analistas discordam sobre o peso dos antissemitismo, as razões culturais, ideológicas e políticas derivadas do conflito israelense-palestino. Os reflexos negativos do conflito, mesmo quando não utilizados para a deslegitimação, servem para alimentar o fogo.

A campanha de deslegitimação atual está se espalhando pelo Ocidente e já se encontra no cerne das preocupações internacionais, servindo de ponte entre os radicais árabes e a esquerda mundial. O pensamento ocidental caracteriza-se por, entre outras coisas, uma ênfase nos direitos humanos. Graças a estas campanhas, cresce a identificação com a causa palestina à custa da legitimidade de Israel. 

Esta tendência não deve ser subestimada. Israel é realmente forte, mas trata-se um país pequeno e em grande medida dependente da sua legitimidade internacional. A rejeição internacional pode isolá-lo, corroendo seu poder de dissuasão, prejudicando a economia e a sua liberdade de movimentação de auto-defesa. Os agentes de delegitimação têm diante de si o recente exemplo da África do Sul, que apesar de sua força militar e econômica, acabou cedendo às pressões acumuladas em anos de sanções econômicas e deslegitimação internacional.

Em 2001, a Conferência de Durban reuniu 1500 organizações não-governamentais internacionais, onde Israel foi qualificado como um "Estado de Apartheid" e solicitou seu "total isolamento". Só então Israel e os judeus da Diáspora acordaram (tardiamente) para esta ameaça, e somente nos últimos dois anos é que temos visto algum tipo de estudo e articulação com vistas à reagir contra este quadro. No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer.

Não há uma solução para cada ameaça em cada arena. Devemos concentrar-se na principal das arenas – a Europa Ocidental e os Estados Unidos. E mesmo assim, deve-se fazer uma distinção entre diferentes tipos de atores: as organizações e pessoas que geram a deslegitimação, para quem esta é a essência de suas ações e que devem ser expostas como tal; elementos que contribuem para a deslegitimação sem perceber e para quem o real significado de suas ações deve ser esclarecido (como no caso do juiz Goldstone e Jimmy Carter, que se retrataram de algumas de suas críticas a Israel) e a grande massa da opinião pública a quem, na maioria das vezes, falta conhecimento e está aberta à influência. Por fim, os potenciais parceiros na luta contra a deslegitimação – não apenas judeus – e que devem ser guarnecidos com ferramentas de debate e com os quais devemos formar alianças.

Este não é apenas um problema de diplomacia. Na verdade, é importante nos perguntarmos como devemos reagir à realidade. Mas não é menos importante que também possamos nos perguntar como podemos moldá-la, usando as ferramentas de política. Esta batalha também pode ser vencida, mas requer consciência e uma estratégia global de gestão, recrutamento de forças e recursos para a construção de coalizões junto à Diáspora. Em suma: educação, proatividade e criatividade. É tempo de questionamento e de confronto com aqueles que desejam nos deslegitimar!

*Michael Herzog é Brigadeiro-General (aposentado) das Forças de Defesa de Israel e Senior Fellow do Jewish People Policy Institute.
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