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Livro resgata a história secreta do Mossad

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Livro resgata a história secreta do MossadJornalista e professor de jornalismo investigativo revela as ações do Kidon, o esquadrão de assassinatos do serviço secreto de Israel



O livro "Mossad — Os Carrascos do Kidon" (Bertrand Editora, 429 páginas), do jornalista e escritor Eric Frattini, professor de jornalismo investigativo da Universidade Camilo José Cela, em Madri, não será ser publicado em Israel, mas deve se tornar best seller em Portugal, onde acaba de ser lançado. 

O tema Mossad é quase proibido em Israel. No domingo, 26, Frattini concedeu entrevista ao jornal português "Correio da Manhã". Começa explicando que o Mossad é o Instituto para Inteligência e Operações Especiais de Israel, criado em 1º de março de 1951 pelo governo do primeiro-ministro David Ben Gurion. 

"Atualmente, a Mossad [no Brasil usa-se "o Mossad"] é uma linha mais defensiva e de segurança de Israel."Frattini frisa que, "no caso de Israel, as palavras 'vingança', 'segurança' e 'sobrevivência' formam uma mesma explicação num mesmo teatro geopolítico e estratégico que é o Oriente Médio. Para Israel em geral, e para a Mossad em particular, não existe sobrevivência sem segurança e não há segurança sem violência... Talvez seja esse o pensamento de todas as partes envolvidas no conflito e, por isso mesmo, talvez nunca se consiga chegar a um acordo para a paz na região".



O Kidon (significa Baioneta), apresentado como "subunidade de assassinos da Metsada, o departamento de Operações Especiais da Mossad", joga pesado, sem contemplação, diz Frattini. "No livro relato como o Kidon matou, na cidade norueguesa de Lillehammer, um empregado de mesa chamado Ahmed Bouchiki. Bouchiki era muito parecido com Ali Hassan Salameh, chefe supremo da Organização Setembro Negro e principal responsável pelo homicídio dos atletas israelitas durante os Jogos Olímpicos de Munique. O Kidon matou o empregado à saída do cinema. Em 1996, o governo israelita, liderado por Shimon Peres, reconheceu oficialmente, 26 anos depois, que Bouchiki não era terrorista. Torrill Larsen e a sua filha, familiares de Bouchiki, receberam importante indenização de Israel."

Acredita-se que, em termos de serviço secreto, Israel conta "apenas" com o Mossad. Frattini mostra que há uma maior diversificação no campo das operações secretas: "A Mossad ocupa-se das operações de inteligência no exterior do país. Já o Aman tem a seu cargo as informações referentes à inteligência militar. Por seu turno, o Shin Bet (Serviço Geral de Segurança) ocupa-se de tudo o que é segurança e contra-espionagem no interior do país. Os serviços de inteligência encontram-se agrupados no Varash, comitê composto pelos chefes dos serviços secretos, que reporta diretamente ao primeiro-ministro. A Mossad conta depois com o Kidon, tal como o Shin Bet tem o Amarn, destacamento especial encoberto que opera em território palestiniano".

Um dos destaques do livro é o relato sobre a Operação Tycoon, "quando o Kidon liquidou o magnata da imprensa Robert Maxwell, ao largo das Ilhas Canárias". Como repórter, Frattini conta que acompanhou "a polêmica em torno do erro da Mossad, quando de sua tentativa de assassinato de Khaled Meshaal, do Hamas, na capital da Jordânia, em que lhe tentaram colocar veneno no ouvido através de um aerossol".

À primeira vista, pode-se pensar que o livro é um "ataque" ao Mossad. Não é bem assim. Até porque a maioria dos serviços secretos — como CIA, dos Estados Unidos, e FSB (a KGB com outro nome) — atua como o de Israel. Ao comentar uma declaração de Meir Dagan, diretor do Mossad, de que "a execução de um terrorista é uma ferramenta do Estado para evitar ataques e reforçar a dissuasão", Frattini acrescenta por conta própria: "Para mim, o melhor terrorista é o terrorista morto. Quem pensa o contrário certamente nunca sentiu o efeito do terrorismo ou testemunhou os ataques. (...) Quem opina o contrário mente".

Para Frattini, o Mossad "é como a Máfia na Itália, todos sabem que existe mas ninguém fala sobre isso". Para pesquisar sobre o assunto, o jornalista encontrou uma série de dificuldades. "Os obstáculos surgiam quando localizava um documento e, de repente, esse ficheiro desaparecia misteriosamente, ou quando conseguia uma informação/documento de uma fonte e esta não voltava a contatar-me". Um ex-agente katsa (agente operacional) da Mossad leu livro e disse, segundo o repórter, que "75 por cento de realidade, 20 por cento de lenda e 5 por cento de ficção. Uma boa percentagem, tendo em conta que o livro fala sobre a Mossad". Agentes dos serviços de inteligência de Israel e de outros países leram o livro e, diz Frattini, "ficaram realmente muito impressionados, não tanto pelo livro em si ou pelas operações nele relatadas, mas sim por ter conseguido reunir tanta informação sobre um dos serviços secretos mais herméticos que existe".

Ao final da entrevista, o jornalista Luís Murteira Nunes pergunta se, depois da "morte de Bin Laden, vivemos num mundo mais seguro, como afirma o presidente dos EUA, Barack Obama". Frattini diz que "não". "O terrorismo da al-Qaeda mudou muito nos últimos cinco anos. Vejamos, como exemplo, o novo terrorismo islâmico. Há cinco anos, um cidadão do norte da África entrou na Espanha ilegalmente no porão de um caminhão. Não sabia ler ou escrever. Em cinco anos, não só aprendeu a escrever e a ler, como se tornou especialista em comunicações através das redes sociais. Conseguiu recrutar por toda a Europa, em nome da al-Qaeda, mais de um milhar de jihadistas para combaterem no Afeganistão. Viria a ser detido numa casa na costa espanhola. Neste momento, há sete serviços de inteligência interessados em interrogá-lo. Este é o novo terrorismo da al-Qaeda. Temos de estar sempre vigilantes...".

Como correspondente, Frattini diz que teve dificuldade para entrevistar Yasser Arafat, o líder palestino. Certa vez, foi expulso do território palestino por Arafat, por ter citado o ditado israelense que diz que "um palestiniano não perde nunca a oportunidade de perder uma oportunidade".

Até agora, nenhuma editora brasileira anunciou que vai publicar o livro.

Eric Frattini, de 48 anos, foi correspondente do Canal Plus e do jornal "Cinco Días" no Oriente Médio.


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4 Comentários
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  1. Em primeiro lugar parabéns pela matéria. Pena só ter visto agora. É uma pena não ter editora brasileira interessada.. Como sempre brasil só perdendo e ficando pra trás em tudo... Vou comprar online através de uma livraria portuguesa... Pois existe várias (online)com esse livro e o livro está em português de portugal, dá pra compreender, minha dica, caso alguém se interessou pelo livro também.

    Abraço,

    Madeleine.

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    1. este livro pode ser comprado na livraria cultura, vem com portugues de portugal e da para entender perfeitamente, caso nao tenha disponivel, eh so encomendalo na mesma livraria, shalom !!! www.livrariacultura.com.br

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  2. Este livro pode ser comprado na livraria cultura em São Paulo, vem com o portugues de portugal e da para entender perfeitamente, e se nao estiver disponivel, é so encomenda-lo pela mesma livraria, eu ja estou com o meu em mãos, Shalom !!!! www.livrariacultura.com.br

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  3. este livro pode ser comprado na livraria cultura, vem com portugues de portugal e da para entender perfeitamente, caso nao tenha disponivel, eh so encomendalo na mesma livraria, shalom !!! www.livrariacultura.com.br

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