Gali Tibbon/Reuters |
"Dei ordem ao Exército para atuar com a maior prudência possível, mas também impedir que nossas fronteiras sejam forçadas", afirmou Netanyahu em uma declaração transmitida pela imprensa.
Em pronunciamento na TV, primeiro-ministro de Israel disse que ordenou ao Exército que defenda as fronteiras do país |
Mahmoud Abbas, o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), também reagiu aos confrontos e disse que o "sangue derramado pela liberdade dos palestinos não será em vão".
"A vontade do povo é mais forte que o poder das forças opressivas", afirmou ao referir-se às pelo menos dez vítimas deste domingo nos protestos do dia que lembra a expulsão de moradores e a perda de terras pela criação em 1948 do Estado de Israel.
Além das mortes, 210 pessoas ficaram feridas. O Exército israelense reprimiu os protestos a tiros quando os manifestantes, em sua maioria palestinos de campos de refugiados, se aproximaram da fronteira, que atacaram os soldados com pedras.
Abbas destacou ainda que a grande participação nos protestos demonstra "a determinação do povo palestino para conquistar a liberdade".
DIA DA NAKBA
Mohamad Torokman/Reuters |
Presidente da Autoridade Nacional Palestina também reagiu à crise ao afirmar que o "sangue derramado não será em vão" |
A data simbólica representa o êxodo de 760 mil pessoas em 1948, o que deu início a questão dos refugiados palestinos, que atualmente chegam a 4,8 milhões espalhados principalmente entre Jordânia, Síria, Líbano e nos territórios palestinos na Cisjordânia e faixa de Gaza.
Trata-se de um dos incidentes fronteiriços mais graves entre Israel e seus vizinhos desde a guerra árabe-israelense de 1973.
CONFRONTOS
Na fronteira com o Líbano, na região de "Marun ar Ras", forças israelenses abriram fogo quando dezenas de manifestantes cruzaram o cordão de isolamento montado pelo do Exército libanês e começaram a lançar pedras contra o território de Israel.
Oded Balilty/Associated Press | ||
Manifestante palestino em meio aos confrontos com forças israelenses que deixaram mortos e feriram dezenas |
Nos territórios palestinos, mais de 90 pessoas ficaram feridas ao norte da faixa de Gaza por disparos do Exército durante uma marcha em direção ao terminal fronteiriço israelense de Erez.
Em Kalandia (Cisjordânia), um posto de controle na entrada de Jerusalém, ao menos 17 palestinos ficaram feridos em choques violentos e outros nove também se feriram em Hebron (sul da Cisjordânia).
ISRAEL ACUSA A SÍRIA
O Exército israelense acusou o regime sírio de haver "organizado esta manifestação violenta para tentar desviar a opinião pública mundial do que acontece no país.
A Síria abriga 470 mil refugiados palestinos, e em anos anteriores o governo, que agora enfrenta turbulência interna aguda, impediu manifestantes de chegarem às cercas da fronteira.
"Parece que se trata de um ato cínico e descarado da liderança síria para propositalmente criar uma crise na fronteira, de modo a desviar as atenções dos problemas internos muito reais que o regime enfrenta", disse um alto funcionário governamental israelense que pediu anonimato.