CAIRO - O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, e o chefe do escritório político do Hamas, Khaled Meshaal, expressaram nesta quarta-feira, 4, o apoio à reconciliação palestina e criticaram a posição de Israel.
"Os palestinos vão virar para sempre a página da divisão", afirmou Abbas durante a cerimônia da assinatura do acordo de reconciliação, que coloca fim a quatro anos de divisão entre o Fatah e o Hamas.
Abbas, que também é dirigente do Fatah, ressaltou ainda que o Hamas é parte do povo e da arena política palestina e rejeitou "a intervenção nos assuntos internos palestinos".
Neste sentido, Meshaal assinalou que seu grupo está "disposto a pagar qualquer preço pela reconciliação" e o que deseja é "um Estado palestino independente e com soberania na Cisjordânia e na Faixa de Gaza".
Com relação a Israel, Abbas apontou que este país "está usando como pretexto a reconciliação para fugir da paz" e pediu ao governo do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, "escolher entre a paz e os assentamentos".
Por sua vez, o líder do Hamas apontou que sua "única luta é com Israel". Na cerimônia, além de dirigentes do Egito - país que mediou a reconciliação - participam líderes das demais facções palestinas que assinaram na terça-feira, 3, o documento de reconciliação, o que representa a adesão de todos os grupos ao plano.
O acordo, alcançado pelo Hamas e Fatah em 27 de abril na capital egípcia, estabelece a formação de um governo provisório formado por tecnocratas e a realização de eleições dentro de um ano.
Antes do início da cerimônia, Abbas e Meshaal tiveram uma reunião na qual trataram o tema da situação palestina e como podem aplicar a reconciliação no território.
Deste encontro participaram o ministro de Relações Exteriores egípcio, Nabil al Araby, e o secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, entre outros.