"Obrigado por me atender, doutor.
Meus amigos recomendaram que viesse ve-lo porque dizem que estou sofrendo de paranóia aguda, de síndrome persecutória e de uma obsessão de que o mundo tudo tem antipatia e raiva de mim.
Dizem que exagero porque coloquei na cabeça que o Irã quer me varrer do mapa.
Não consigo dormir pensando que o Hizbollah hoje tem mais de 40.000 foguetes apontados contra nós.
Perco o sono pensando que o Hamas pode disparar foguetes contra Ashkelon.
Me preocupa que o presidente Obama esteja mais aborrecido conosco do que com o Irã.
Me perturba q ue os ultra-ortodoxos vivam às minhas custas sem trabalhar.
Me envergonha ver que as universidades israelenses se converteram em um fervedouro de acadêmicos anti-sionistas.
De deprime ver que muitas universidades nos Estados Unidos, Canadá e Grã-Bretanha anualmente celebram uma semana do ódio contra nós.
Me angustia saber que a juventude judia americana não tem simpatia por nós. Na Universidade Brandeis, por exemplo, estudantes em sua maioria judeus impediram que o embaixador de Israel falasse em sua formatura.
Estou intranqüilo por ver que os árabes israelenses se identificam com nossos inimigos, cooperam com eles e estão em vias de constituir uma quinta coluna.
Perco a serenidade quando vejo que Autoridade Palestina, com quem o mundo exige que façamos a paz, promove o boicote contra nós.
Me decepciona que os países europeus, 70 anos depois do Holocausto, nos considerem o maior perigo para a paz mundial. E agora, que atacamos a indefesos HUMANISTAS!"
Então o doutor lhe diz:
- "Olhe, senhor, deixe de lado todos esses pretextos e me diga: o que
é que realmente o preocupa?"
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