TEL AVIV - Quando o Google, o maior sistema de buscas do mundo juntou forças com o Yad Vashem, que tem o maior arquivo do mundo do Holocausto, a primeira coisa que um empregado do Google fez foi procurar o nome do seu avô.
Um link levou o empregado, Doron Avni, a uma página do Google no site do Yad Vashem que mostrava uma fotografia do seu avô, Yecheskel Fleischer tirada em 1941 logo após ter sido libertado de uma prisão nazista na Lituânia.
Sob a fotografia do seu avô, então com 27 anos, de olhos escuros e muito magro, Avni escreveu em detalhes a história do seu avô. Ícones do Facebook, Twitter e outros meios de comunicação sociais que aparecem na mesma página permitem o compartilhamento imediato das imagens e das informações.
"É um marco que assinala uma nova era na nossa capacidade de divulgar e trazer acessibilidade para os bancos de dados do Yad Vashem" afirmou Avner Shalev que é o presidente do Yad Vashem em uma entrevista coletiva no mês passado na sede do Google no centro de Tel Aviv.
O Yad Vashem começou a digitalizar os seus arquivos nos anos de 1990 e tem um site na internet, mas a tecnologia do Google e a capacidade técnica de uma equipe de empregados que já estão trabalhando neste projeto há três anos, tornarão as informações mais fáceis de encontrar através de sites de buscas.
As fotografias foram digitalizadas com a utilização de programa de reconhecimento óptico de caracteres, que identifica qualquer texto contido nas imagens, tornando-as indexadas para procura. No caso do avô de Avni se o seu nome não constasse no documento, mas se tivesse sido escrito na fotografia, quer no alfabeto comum ou em hebraico, ele também teria sido localizado.
A primeira fase da parceria do memorial do Holocausto com o Google incluiu cerca de 130 mil fotografias em resolução máxima, armazenadas em um servidor do Google, com a opção para que os usuários adicionem comentários, incluindo antecedentes históricos e histórias pessoais e familiares. O objetivo a longo prazo é o de incluir o arquivo do Yad Vashem que contém milhões de documentos, incluindo depoimentos de sobreviventes, diários, cartas e manuscritos.
Há dois anos o Google e o Yad Vashem iniciaram o primeiro projeto em conjunto que foi um canal no YouTube mostrando os depoimentos de sobreviventes do Holocausto".
John Palfrey, co-diretor na Universidade de Harvard do Centro Berkman para Internet e a Sociedade afirmou que embora tais parcerias público-privadas possam contribuir de forma significativa, o controle privado de recursos públicos poderia suscitar conflitos potenciais.
"Com o tempo este projeto altruísta poderia parecer diferente" disse Palfrey por telefone de Cambridge, Massachusetts "Eu diria que é uma coisa boa que a informação seja disponibilizada para o mundo, mas muitos de nós nos preocupamos com o papel central que sendo desempenhado por uma empresa na preservação da informação cultural do mundo". "Trata-se de incógnitas" disse ele. "Nós não sabemos se no futuro o interesse de uma empresa poderia ficar desalinhado com o interesse público". Por enquanto os interesses parecem serem convergentes.
"Com o tempo este projeto altruísta poderia parecer diferente" disse Palfrey por telefone de Cambridge, Massachusetts "Eu diria que é uma coisa boa que a informação seja disponibilizada para o mundo, mas muitos de nós nos preocupamos com o papel central que sendo desempenhado por uma empresa na preservação da informação cultural do mundo". "Trata-se de incógnitas" disse ele. "Nós não sabemos se no futuro o interesse de uma empresa poderia ficar desalinhado com o interesse público". Por enquanto os interesses parecem serem convergentes.
Depois de ver a fotografia do seu avô Avni, que é gerente no centro de pesquisas e desenvolvimento do Google em Israel acrescentou comentários sobre como o seu avô se escondeu nas florestas da Lituânia até o final da Segunda Guerra Mundial, apenas para ser descoberto por soldados russos que inicialmente o confundiram com um alemão e queriam matá-lo.
Quando mostrou aos soldados uma fotografia claramente identificando-o como judeu, pois na sua camisa estava costurada a estrela de David que os nazistas forçaram os judeus a usar, a sua vida foi poupada.
Quando mostrou aos soldados uma fotografia claramente identificando-o como judeu, pois na sua camisa estava costurada a estrela de David que os nazistas forçaram os judeus a usar, a sua vida foi poupada.
"O meu avô queria que as próximas gerações soubessem sobre o Holocausto" disse Avni. "Ele teria sido inspirado por isso, saber que a sua mensagem estava sendo transmitida para tantas pessoas ao redor do mundo".
