O Irã enforcou nesta terça-feira um homem condenado por trabalhar como "espião" para o serviço israelense de inteligência externa, o Mossad, anunciou a agência de notícias estatal Irna.
O iraniano Ali Akbar Siadat foi executado na penitenciária de Evin, em Teerã, depois de ter sido condenado à morte por "trabalhar para o Mossad", destacou a Irna, que citou fontes judiciais.
Siadat foi considerado culpado de ter mantido vínculos com o Mossad durante seis anos.
"Ele recebeu US$ 60.000 em troca da entrega de informações confidenciais ao regime sionista", afirma um comunicado da Irna, com a expressão usada pelas autoridades iranianas para fazer referência a Israel.
Segundo a agência oficial, Siadat admitiu ter estabelecido contatos com a embaixada israelense e repassado, entre outros dados, informações sobre mísseis da Guarda Revolucionária, o exército ideológico do regime iraniano.
Também transferiu informações sobre bases militares iranianas ao "inimigo", segundo a Irna. A agência indicou que Siadat recebeu, há três anos, um computador e outros equipamentos para fazer o trabalho de espionagem.
Siadat tinha encontros com os contatos israelenses em hotéis da Turquia, Tailândia e Holanda, de acordo com a Irna.
O executado foi preso em 2008 quando tentava deixar o país ao lado da mulher, segundo a agência estatal.
No momento da detenção, transportava 29 páginas de documentos, destacou a promotoria.
Condenado à morte por um tribunal de primeira instância, teve a pena confirmada pela corte de apelação.
No domingo, a justiça iraniana anunciou a condenação à pena capital de "outro espião do regime sionista".
"Este espião foi condenado à morte. Após a confirmação da pena, a identidade será revelada", disse o promotor de Teerã, Abbas Jafari Dolatabadi, à agência Mehr.
Ele acrescentou que a justiça examina atualmente outros casos ligados à espionagem.
Israel acusa o Irã de tentar produzir armamento atômico, sob a fachada de um programa nuclear civil.
Teerã acusa com frequência Israel de executar atividades hostis contra seu governo, como a espionagem de programas nucleares e militares do país.